QUESTÕES DE VESTIBULAR – JULHO DE 2008 . HISTÓRIA MEDIEVAL . COMPILADAS PELO PROF. EDSON PEREIRA BUENO LEAL
1. FATEC JUNHO 2008- DIVISÃO SOCIAL NO FEUDALISMO
A sociedade feudal era formada por três ordens divididas da seguinte forma:
a) a burguesia industrial responsável pela produção dos produtos manufaturados e de sua exportação, o clero responsável pela manutenção da fé cristã e pela perseguição aos infiéis e, abaixo dessas duas, os
servos responsáveis pelo sustento de toda a sociedade.
b) a nobreza feudal responsável pela produção dos grãos que alimentavam a toda a sociedade, o clero
responsável pela salvação das almas dos cristãos e, abaixo dessas duas, os escravos responsáveis pelos afazeres domésticos, pelas plantações e pelas frentes de batalhas quando fosse necessário.
c) a burguesia comerciante responsável pelo controle europeu do comércio com o Oriente, o clero
responsável pelos ritos religiosos e pela preservação da moral e dos bons costumes e, abaixo dessas duas, os camponeses responsáveis pelo sustento de toda a sociedade.
d) o clero responsável por zelar e manter os princípios cristãos, os nobres responsáveis pela segurança
militar dessa sociedade e, abaixo dessas duas, todos os trabalhadores responsáveis por manter a sua
sobrevivência e o sustento da nobreza e do clero.
e) a aristocracia rural senhora e responsável das terras dessa sociedade, seguida pelo clero também senhor das terras, porém portador dos segredos da fé católica e, abaixo dessas duas, a burguesia comerciante que detinha o controle sobre as rotas comerciais, criadas após as cruzadas.
2 TEMPO NA IDADE MÉDIA E CONTEMPORÂNEA VUNESP 2 FASE JULHO 2008
As horas canônicas eram anunciadas pelo toque dos sinos, que mandavam à distância o som que funcionava como voz da eternidade, marcando o tempo de todas as pessoas. Tempo de repouso e tempo de trabalho; tempo de oração e tempo de festa; tempo de vida e tempo de morte.
(Paulo Miceli, O feudalismo.)
O operário transforma-se, por sua vez, num especialista em “olhar o relógio”, preocupado apenas em sabe quando poderá escapar para gozar as suas escassas e monótonas formas de lazer que a sociedade industrial lhe proporciona.
(George Woodcock, Os grandes escritos anarquistas.)
Nos dois momentos históricos descritos, considerando o cotidiano do homem, compare a percepção e o controle do tempo.
3 FGV ADMINISTRAÇÃO JUNHO 2008 REFORMA GREGORIANA
De um lado a Igreja. Do outro lado, os poderes laicos, nomeadamente o do Império Romano-Germânico, herdeiro parcial de Carlos Magno. Esses dois poderes são distintos, mas defrontam-se vivamente para assegurarem a preeminência de um sobre o outro. A aspiração à reforma da Igreja corresponde portanto a uma velha exigência: libertar a Igreja do seu enfeudamento ao temporal. Esse movimento assume uma importância excepcional com a reforma gregoriana, que Gregório VII, papa de 1073 a 1085, simboliza. Reforma que se realiza ao longo de todo o século XII. Le Goff, J. Em busca da Idade Média.
Trad., Lisboa, Teorema, 2003, p. 61.
A respeito da Reforma Gregoriana é correto afirmar:
a) Significou o rompimento dos poderes eclesiásticos com as estruturas feudais e uma defesa das transformações econômicas e políticas que levariam ao capitalismo.
b) Foi marcada por uma profunda reorientação religiosa que condenava o culto aos santos, a devoção às relíquias, às práticas de peregrinação e sustentava a infalibilidade das Escrituras Sagradas.
c) Permitiu uma reaproximação com a Igreja de Constantinopla baseada na proibição da devoção às imagens e uma convivência mais tolerante com judeus e muçulmanos.
d) Caracterizou-se pela tentativa de demarcar as fronteiras entre clérigos e leigos com a recomendação enérgica do celibato clerical e a afirmação da superioridade dos poderes espirituais sobre os temporais.
e) Representou o reconhecimento das autoridades temporais, sobretudo do Império Romano-Germânico, como a única instituição de caráter universal no seio da cristandade.
4 CATEDRAIS MEDIEVAIS UNESP JULHO 2008
Observe a foto da Catedral de Notre Dame de Paris, construída entre 1163 e 1250.
(Adhemar Marques, Pelos caminhos da História: Ensino Médio.)
Sobre o contexto histórico que levou ao surgimento das catedrais, pode-se afirmar:
a) o papel dos monarcas foi decisivo, financiando a sua construção para glorificar o poder real.
b) sua construção está associada ao reflorescimento e à prosperidade do mundo urbano.
c) financiadas com os recursos do clero romano,ampliaram a influência do Papa no Oriente.
d) surgiram como resposta do papado ao Cisma do Oriente, glorificando a Igreja Romana.
e) eram templos destinados à alta nobreza, que assim evitava o contato com o povo da cidade.
5 MACKENZIE JULHO DE 2008 BAIXA IDADE MÉDIA
“Na Idade Média, as relações espaciais tendiam a ser organizadas como símbolos e valores. O objeto mais alto da cidade era a flecha da Igreja que apontava para o céu e dominava as construções – como a Igreja dominava as esperanças e as crenças dos fiéis.”
A arte espiritual do início da Idade Média, que rejeitava toda a imitação da realidade, passa a dar lugar a um estilo mais naturalista e às construções verticalizadas. A arte gótica, desenvolvida na segunda metade do século XII, pode ser considerada um reflexo das transformações ocorridas na Baixa Idade Média, entre as quais
a) a transição, nas unidades feudais, da servidão feudal para o trabalho livre, devido ao crescimento populacional verificado desde o final do século X e, sobretudo, no século XI, na Europa Ocidental.
b) a nova mentalidade presente nas corporações de ofício, onde se passou a defender toda a possibilidade de lucro, e não mais o “justo preço” defendido pela Igreja Católica.
c) o abandono do espírito coletivista que regrava a vida social do homem medieval e a imposição de valores teocêntricos que passaram a direcionar um novo comportamento social.
d) a diminuição da influência cultural e do poder econômico da Igreja Católica Apostólica Romana que, com o Renascimento Comercial, já não era mais a maior proprietária de terras.
e) a mudança de mentalidade do homem medieval, fruto do desenvolvimento comercial e do crescimento da influência da classe burguesa, que passou a valorizar, cada vez mais, o espírito individualista e empreendedor.
6 ENEM 2008 PESTE NEGRA
A Peste Negra dizimou boa parte da população européia, com efeitos sobre o crescimento das cidades. O conhecimento médico da época não foi suficiente para conter a epidemia. Na cidade de Siena, Agnolo di Tura escreveu: “As pessoas morriam às centenas, de dia e de noite, e todas eram jogadas em fossas cobertas com terra e, assim que essas fossas ficavam cheias, cavavam-se mais. E eu enterrei meus cinco filhos com minhas próprias mãos (...) E morreram tantos que todos achavam que era o fim do mundo.”
Agnolo di Tura. The Plague in Siena: An Italian Chronicle. In: William M. Bowsky. The
Black Death: a turning point in history? New York: HRW, 1971 (com adaptações).
O testemunho de Agnolo di Tura, um sobrevivente da Peste Negra, que assolou a Europa durante parte doséculo XIV, sugere que
A o flagelo da Peste Negra foi associado ao fim dos tempos.
B a Igreja buscou conter o medo da morte, disseminando o saber médico.
C a impressão causada pelo número de mortos não foi tão forte, porque as vítimas eram poucas e identificáveis.
D houve substancial queda demográfica na Europa no período anterior à Peste.
E o drama vivido pelos sobreviventes era causado pelo fato de os cadáveres não serem enterrados.