A chuva banha-me os versos
com as cores de um mundo molhado
E as cores do meu universo
não passam de um cinza borrado.
A chuva me conta uma história
talvez triste ou séria verdade
Quem sabe, a cantiga de roda
que um dia chamaram saudade...
Canta os dias, tempos passados
canta as gotas cinzas-azuis
Canta o vento, assim, deslumbrado
sussurrado em gotas de luz.
E o Tempo, o melhor dos ouvintes,
acomoda-se, atemporal
Pára o tempo, e o instante seguinte
cala as águas de um temporal.
E a chuva, assim, banha-me os versos
com as cores de um mundo sonhado
E as gotas do meu universo
pintam na alma, as águas de um lago.
© Brenno Kenji
01.07.2000
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