Cabeças à beça
Verso às avessas
Noventa ventos
Nas mentes vazias
Todos feitos de tolos,
Trouxas e frouxos
Frágeis , fracos
Fantoches, deboches
Tochas sem fogo
Sem fôlego, sem força
Só a fome e o frio
Um fino fio de esperança
Um lança no próprio peito
O fim a chegar de qualquer jeito
Quer queira quer não
A opção vazia, em vão
Não houve vontade
Não houve a razão
Não ouço o clamor dessas cabeças
Não há noção, não há nação
Um nó cego, sem sossego
Sem senso, sem saber
Uma sensação de sopro sem vida
Uma violação, um soco
O impávido colosso sente
Desafia o próprio peito
E pensa a própria morte
E o fim do sonho intenso,
O despertar triste de um gigante
Um elefante na loja de louças
O subir do dólar, o cair da bolsa
Meu povo tonto a pensar o voto
A torta cidadania tosca
De quem não faz sequer suas letras
A condenar-se pelo próprio punho
Triste gente sem escolha
Folhas que se vão com o vento
Vento que sempre sopra
Para o mesmo lugar de antes ...
Até que a morte nos separe
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