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Artigos-->Tentativa de despedida -- 13/12/2001 - 15:11 (Anderson O. de Paula) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Muitas vezes me senti um intruso, de boa fé, entrando em casa deserta.

Pensei muitas vezes ter provocado em seu coração um ruído macio - se é que tais

palavras fazem sentido juntas.



De qualquer jeito obrigado por ter acompanhado meus desabafos e melindres

durante o ano que ainda se esvai, às vezes não entendendo uma vírgula sequer

- desconfio, pois às vezes nem mesmo eu as compreendi - porém mantendo uma

postura educada, diplomática e tolerante, quando não muito, indiferente.

Gosto de você.



Se por acaso concluiu que o parágrafo anterior precede um texto cujo a

mensagem principal é feliz natal e próspero ano novo, saiba que acertou em

cheio. No entanto, não espere grande coisa não, pois não sei se de fato

conseguirei, nessas próximas linhas, desejar-lhe tudo isso.



Digo isso porque sou péssimo para despedidas - quando digo péssimo quero

dizer muito mau mesmo, o pior possível - sinto nesses momentos calafrios;

calafrios como os das pessoas que estão diante de uma tragédia. Talvez porque eu

já esteja acostumado com suas críticas, sorrisos e é claro, seu sepulcral

silêncio.



Mudando de caqui para abacaxi, ontem ouvi o seguinte: "Porque toda a mulher

gorda tem um rosto belo?".



Fiquei quieto, até porque nunca tinha ouvido uma elucidação de tal naipe;

tão "bem feita".



"Nunca fui de notar se os homens seguem o mesmo padrão - continuou, como se

as pessoas fossem feitas numa fôrma, em série - mas em relação às mulheres

é certeza: todas as gordas são bonitas".



Também nunca fui de reparar nos homens - respondi sem graça, talvez

estivesse com o rosto corado - nem tão pouco nas mulheres gordas, nem nas magras,

até porque a beleza é subjetiva. Eu mesmo já achei mulheres maravilhosas

que, segundo alguns, eram um acidente, e vice-versa.



Sem saber a tão ilustre figura estava repetindo um dilema machadiano, mas

noutra versão. "Se gorda, porque bonita; se bonita, porque gorda?".



Tentei mudar de assunto, mas de nada adiantou:



"Por exemplo: minha prima, a Joana, é muito bonita, mas gorda, assim como a

Rute, a minha vizinha, que também é gorda. Você sabe quem é ela, não

sabe?".



De fato eu sabia quem era a tal Rute, e nunca a tive como gorda, e sim como

fofinha, entretanto não gostei da conversa, não me acrescentou nada -

imagine só se o primo Tonho ouvisse esse papo todo!



Aliás também estou odiando esse texto. Porque será que estou escrevendo

essas bobagens se só me sentei nessa cadeira sem descanso para os braços com o

intuito de lhe desejar um feliz natal e um próspero ano novo..??



Quer saber? Não sei...No fundo, no fundo acho que só quis pegar esse monte

de assunto e colocar num texto só, tentando fazer referência à beleza de

cada um, tentando exortar que de nada vale falatórios inúteis, palavras vãs

etc. e tal. Entretanto, concluo que passei muito longe de meu objetivo, muito

longe.



Passei tão longe, inclusive, que sequer consegui causar uma boa impressão

de despedida natalina. Melhor mesmo eu parar com tudo isso só por hoje, visto

que todos hão de dar conta de todas as palavras frívolas proferidas.



Falemos pois, sobre o tempo: Como este passou, e ainda tem passado, rápido!

Sábado mesmo o filho de mais um amigo nasceu. Bolas! Todos aqueles que

cresceram junto comigo já são pais. "Tempo Rei", já disse G. Gil.



É... o tempo não é nada parecido com uma corda cheia de nós - nós, aliás,

que se possa usá-los para medição - o tempo é uma superfície ondulante,

imensurável, que às vezes se faz necessário percorrê-la de través; sobre o tempo

só mesmo a memória para o fazer mover; aproximar.



Parece que ficou meio confuso, mas sugiro que leia a frase anterior mais

uma vez, pois a única coisa que quis dizer é que não temos o mínimo controle

sobre o tempo, a não ser através das lembranças. Tempo Rei, Ó tempo Rei. Não

tome isso como uma verdade, é apenas minha opinião...



Portanto paro por aqui, meu tempo já era. Procure lembrar-se de mim, isso

se eu não for ocupar um grande espaço em sua mente.



Se você está também achando que essa despedida ficou uma merda, concordo

com você. Esqueça-a então. Pois em breve escreverei outra, mas não espere algo

maravilhoso, não sou à prova de certos sentimentos



Bem que eu disse que sou péssimo para despedidas, mesmo que essas sejam

momentâneas.



De qualquer jeito obrigado por ter acompanhado meus desabafos e melindres

durante o ano que ainda se esvai, às vezes não entendendo uma vírgula sequer

- desconfio, pois às vezes nem mesmo eu as compreendi - porém mantendo uma

postura educada, diplomática e tolerante, quando não muito, indiferente.

Gosto de você.









Putabeijo

Anderson















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