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Poesias-->Dissimulada e Fogosa -- 12/09/2002 - 20:24 (MICHEL ROSENBLAT) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Dos teus lábios de mel

Sinto a efusão da tua pele

A ode de um cordel

Irrompendo minha verve



São momentos felizes

De um sonho vesano

Uma árvore sem raízes

Dias e meses sem ano



Vivida mulher

Onde está a tua ternura?

Escondes por que quer?

Ou só conheces a loucura?



Não sabes o que é carinho?

O toque da lua cheia?

O cantar de um passarinho?

O vinho tinto de uma ceia?



Não fujas de mim

Não me mandes embora

Não me trates assim

Não jogues meu coração fora



Tenho tanto cuidado por ti

Me tratas com amargor

Não sabes que sofri

Isto não é fruto de amor



Supera a inquietude

Seja passiva por um instante

Lança-te à magnitude

Sejamos itinerantes



Dos sonhos não vividos

De vida não sonhada

De gestos tão polidos

Da beleza imaculada



Sabes que te quero

Sejas minha então

De coração sincero

Sem nenhuma aflição



O tempo é inimigo

A ansiedade sua companheira

Não quero o castigo

Por ser de qualquer maneira



Esperemos no porvir

A preparação do amanhã

Fiéis no servir

Contendo o nosso afã





Michel Rosenblat - 22/08/94

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