As coisas inanimadas
Fernando Zocca
A cidade vem sofrendo as conseqüências de uma política que volta as costas para a pessoa humana. É preferível, por esta administração que ai está, fazer pontes, erguer paredes e dedicar-se às coisas inanimadas, do que facilitar a solução dos problemas simples do cidadão.
O caos, como resultado, instala-se na urbe e pode complicar ainda mais. O descaso com a população é tão grande, que não se consegue resolver as questões relacionado com a coleta do lixo.
São péssimos os serviços públicos prestados ao contribuinte: se o cidadão precisa de atendimento nos pronto-socorros, postos de saúde ou farmácia, pode encontrar entraves maiores do que teria, nas cidades vizinhas. É calamitosa a situação em Piracicaba. É mesmo uma vergonha!
Quando alguém adoentado procura um médico, por exemplo, para iniciar tratamento contra bronquite ou qualquer outra doença causada pelo tabagismo, e vê o doutor fumando, não sente logo a desconfiança com relação aos seus métodos?
Da mesma forma, que convicção teria o paciente que procura emagrecer seguindo as prescrições e regimes sugeridos por um médico obeso, completamente fora de forma?
Cremos não ser exagero afirmar que a população sadia, tem um governo são. População honrada tem um governo digno, sobre o qual não pairam nem mesmo dúvidas, com relação à sua honestidade.
É desnecessário repetir que as coisas mortas, sem alma, ou animação, prevalecem aqui nessa terra abençoada. Isso é muito desagradável, não é saudável. Carece de urgência, a troca desse tipo de mentalidade.
O que custaria para a atual administração, reajustar os salários do pessoal que trabalha na coleta do lixo? Então, veja só: foi preciso trazer gente de São Paulo para recolher a sujidade, exatamente por causa da, digamos, cabeça dura, dessa administração que, pelo jeito, não pensa em ninguém mais do que nela mesmo.
E depois tem mais: as contas da prefeitura foram, na sua grande maioria, todas elas, rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado de S. Paulo. Então quando se fala em problemas com licitações, quer-se dizer que, no mínimo, são praticadas ações amadorísticas, cujas conseqüências refletem agora, sobre a cidade.
É necessário mudar o quadro diretivo que aí está. Nós vemos que quando um time está produzindo gols, vencendo suas partidas, carece de troca na direção técnica. Mas quando não se podem observar resultados bons para o torcedor, muda-se logo o orientador.
Quem sabe, a urbe tenha depois das eleições, o predomínio daquela política voltada para a minimização das carências humanas. Mais de dois terços da população, não têm o grau de riqueza necessário para o desfrute das obras feitas pela administração atual.
É preciso repetir, repetir e repetir que o funcionalismo necessita de reforços salariais? É necessário repisar que o trabalhador bem alimentado, a começar pelo café da manhã, labora mais feliz, satisfeito, e por consequinte ocasiona melhores resultados?
Então o momento atual pode ser o do fim das astúcias, ardis, tramóias e engodos que fazem a população sofrer. Os habitantes querem saúde, paz, alegria e bem estar. Urge trocarmos a marcha. Chega dessa ruinosa marcha à ré em que Piracicaba se envolveu. É para frente que se anda.
Comunique-se com o autor. Escreva para
fernandozocca@best.com.br
|
