Usina de Letras
Usina de Letras
114 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62159 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22530)

Discursos (3238)

Ensaios - (10345)

Erótico (13567)

Frases (50571)

Humor (20027)

Infantil (5422)

Infanto Juvenil (4752)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140790)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6182)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->A escola que não ensina nem educa -- 01/10/2008 - 12:39 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A escola que não ensina nem educa.



27/09/2008 - Istoé



Os índices de educação e de ensino, no Brasil, continuam a trazer a certeza de que o setor tem um péssimo desempenho. Os políticos governistas se jactam do aumento da quantidade de crianças e jovens que vão às escolas. Mas, por trás desse avanço do ingresso de alunos, permanecem ainda muitas distorções.



O IBGE revelou, na semana passada, que mais de 2,1 milhões de estudantes, com idade entre sete e quatorze anos, podem ser considerados ainda analfabetos. Em outras palavras: são jovens que freqüentam ou estão matriculados em instituições de ensino, mas não estão aprendendo nem sendo convenientemente educados.



O quadro é desolador: basta verificar que este número corresponde a 87,2% dos 2,4 milhões de analfabetos absolutos que o Brasil tem na faixa de idade entre sete e quatorze anos. Os outros 300 mil estão à margem, absolutamente fora do sistema escolar.



Nos números do instituto, dá para se notar ainda que cerca de 30% das crianças com sete anos matriculadas nas escolas não sabem ainda ler ou escrever. Essa é considerada a idade fundamental na trajetória de formação dos jovens. E, logo nessa faixa etária, os números não são nada animadores. Em especial quando se olha para a parte de cima do mapa.



O atraso é maior nas regiões do país onde há maior índice de pobreza e miséria, com impacto forte nas estatísticas, quando teria que ser exatamente o oposto se houvesse esforços governamentais justamente para tentar reverter, em algumas gerações, essa situação. No Nordeste do Brasil, o índice dos analfabetos de sete anos sobe para 44%. No Norte, para 39,6%. E esses números se reportam apenas ao analfabetismo absoluto. Quanto ao chamado ‘analfabetismo funcional’, aí os números são bem mais alarmantes e desanimadores e conseqüência direta de toda insuficiência e inadequabilidade da nossa rede escolar. O produto final também resulta numa universidade que não consegue atingir os seus objetivos e estão longe de atuarem como as dos países desenvolvidos.



O que o trabalho do IBGE traduz essencialmente é que as autoridades, o Estado e o sistema, como um todo, têm falhado no objetivo básico de prover ensino e educação. Quanto à educação, não há sequer uma avaliação confiável. Seja pelo conteúdo didático inadequado, seja pela falta de investimentos na formação de professores e de educadores (esses últimos quase não existem), seja pela má qualidade das estruturas pedagógicas e educacionais ou pelo conjunto delas.



A educação – que numa grande percentagem de freqüentadores escolares não tem condição de ser ministrada pelos pais ou responsáveis e que precisa ser provida pela escola – e o ensino, como todos sabem, são a pedra fundamental no desenvolvimento da cidadania e, portanto, de qualquer país. Principalmente de uma democracia, cujo cidadão tem que ter o máximo discernimento possível para tornar o regime robusto e governado por pessoas probas e capazes. E o Brasil tem demorado demais a fazer o salto de padrão nessa área – podendo vir a comprometer todo o resto. Na verdade, temos sido muito lentos até em perceber a grandeza e a dimensão do problema.



E o problema não é só o volume insuficiente de recursos destinado pelo governo, no orçamento, para tirar o atraso do setor – que vem de décadas de descaso – mas, também e principalmente, pela falta de visão – intencional ou não – de considerar educação e ensino, que são ações complementares, mas distintas, como se fossem uma mesma coisa. Os nossos políticos, salvo raríssimas exceções, se referem a ambas as palavras, educação e ensino, como se fossem sinônimas. Prestem atenção ao discurso do político que fala muito em educação, como o Senador Cristovam Buarque, por exemplo. Ele não foge à regra. Estamos, pois, longe do ideal e da mera compreensão correta da realidade pelos homens que nos dirigem.



A sociedade, num grande mutirão que reúna a iniciativa pública e a privada, tem que se mobilizar para reverter essa realidade cruel e estagnante. E um dos caminhos é eliminar a existência da escola que não ensina nem educa e que serve apenas como fachada de ‘marketing’ para interesses eleitoreiros. Além do mais, é preciso que cada cidade seja dotada de uma ‘Comissão de Avaliação Familiar’, com a missão de investigar o ambiente familiar de cada aluno, a cada ano, para saber se ele irá ou não precisar de educação, além de ensino, como curso de formação paralelo.



Isso já seria um grande começo.



Nota: Texto de Carlos José Marques, diretor editorial da revista ISTOÉ, modificado por Francisco Vianna.



Saudações,



VIANNA

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui