O candidato do PSDB ao cargo majoritário o economista e professor universitário Barjas Negri foi reeleito ontem (5/10), prefeito da cidade paulista Piracicaba, situada à 180 km de São Paulo e 69 km de Campinas.
Negri recebeu 172.747 votos, cerca de 88,25% dos votos válidos. No currículo do atual prefeito consta ter sido ele Ministro da Saúde do governo de Fernando Henrique Cardoso, Secretário de Habitação do governo Estadual de Geraldo Alckmin, Secretário da Educação e Planejamento de Piracicaba e Vereador no período de 1989 a 1992. O reeleito tem como vice o médico cardiologista Sérgio Pacheco.
A gestão que se completa agora, no final do ano, foi marcada por disputas judiciais como a referente ao pagamento da desapropriação do Engenho Central, impugnações e questionamentos jurídicos sobre licitações, desaprovação das contas públicas pelo Tribunal de Contas do Estado, e um rumoroso indício de envolvimento em processo da Polícia Federal, que elucidava um suposto esquema de fraudes na aquisição de ambulâncias pela prefeitura de 600 municípios.
A ação da Polícia Federal que investigou a materialidade e a autoria dos crimes foi conhecida como Operação Sanguessuga.
Nessa gestão, que se finda, a administração do prefeito reeleito foi caracterizada também por fazer licitações das quais 37 foram vencidas por uma única empresa: a Cicat Construções Civis e Terraplanagem, da qual era sócio proprietário o falecido empresário Abel Pereira.
O diretor da Cicat Abel Pereira fazia parte do gabinete do prefeito reeleito, quando este era ainda o Ministro da Saúde do governo de Fernando Henrique Cardoso. Os nomes tanto de Negri, como de Abel foram mencionados no Inquérito da Polícia Federal por Luis Antônio Vedoin e Darcy Vedoin, proprietários da empresa Planan que era beneficiária de um suposto esquema de liberação de verbas do Ministério da Saúde, para a compra de ambulâncias, cujos preços seriam superfaturados.