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Poesias-->Desafio do Poeta e do Andarilho -- 15/09/2002 - 11:17 (Paulo Belushi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ó andarilho, que anda em busca da novidade!

Por quais estradas tem atravessado?

Quais os caminhos que os seus pés têm pisado

Tenho lhe procurado em todos os lugares,

Debaixo do tapete de madame,

Por cima do altíssimo Himalaia.

É o poeta quem lhe busca,

Querendo saber o que há de novo neste mundo medíocre.

Quais as novas revoluções?

Quais os novos mundos que nascem?



Caro poeta, eu, andarilho, tenho andado

Com as paragens onde paro não tenho me preocupado.

Sento-me sob a árvore frondosa

E bebo de meu cantil.

Pouco tem me interessado o destino dos homens.

Deixo-os livres, para poder matá-los.

Nada sei de seus interesses

E isto não me tem causado angústia alguma.

Não posso dizer-lhe onde estou

Porque nunca estou no mesmo lugar.

Se eu lhe disser “estou aqui ou ali”

Já estarei bem distante



Quero sentir a poeira de suas estradas,

A lama de suas botas.

Narrarei seus feitos em tons épicos,

A todas as gerações humanas.

O vento far-se-á poesia

Com seus erros.



Poeta, sua vida é a sombra.

Ao vê-la, há de sentar e parar.

Quer sempre ver a beleza do mundo,

Mesmo a beldade de sua podridão.

Eu pouco caso dou a tudo,

Sigo e passo.

Não faço o tipo herói que quer.

Não tenho a virtude burguesa do trabalho,

Ou o nobre ímpeto de aventura.

Apenas o anônimo e anacrônico desejo de andar.





Poesia é movimento!

Movimento de massas,

De corpos interagindo em intensa relação sexual.

Poesia são sombras

A tremerem quando o vento sacode a chama das velas.

Canto não mais o homem correto,

Ou o corretamente incorreto.

É preciso poetar o inaceitável.

Admiro os inadmiráveis

Pois só eles merecem a nossa admiração.



A incorreção humana

Quando vira poesia

Torna-se aceitável.

Peço-lhe que deixe-me.

Preciso cumprir o meu caminho.

É necessário deixar pegadas para trás

E criar expectativas para a frente.

Cante o amor em um tango argentino.

Deixe-me seguir a minha estrada,

Cujo nome desconheço,

Mas me apetece.



Tenho sede de novas canções,

Novas composições.

É preciso subverter os valores,

Relativizar o absoluto.

Elevar o pior vício à mais alta virtude.

Permita-me que eu fique ao seu lado.

Já não suporto mais os poetas mortos,

Declamando ao meu ouvido.

Clamo para que deixe-me segui-lo.



Sequer sou discípulo,

E quer elevar-me à condição de Mestre?

Ora, construa a sua própria estrada!

Eu tenho a minha e sigo.

Faça o mesmo, ou então pare.

Todas as estradas humanas se abriram

E a cada um foi dada a responsabilidade sobre elas.

Você tem a sua.

Siga em frente.

Que importam os outros?

É preciso vivificar os mortos,

E não deixar-se matar.
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