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Poesias-->Devaneio cognitivo -- 16/09/2002 - 13:00 (Floriza Gomide Sales Rosa) |
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Um movimento, uma idéia
Uma necessidade, a descoberta
Ilusões criadas, mentiras contadas
Expressões roubadas
Tento
Penso
Sinto fome!
A fome some
A forma come
Quem falará por mim?
Mas não lhes outorguei
esse direito.
Não é o poeta um fingidor?
Parafraseando sentimentos,
Explicando o amor.
[e amor se explica?
Somente eu falarei então!
Não ouvirei qualquer calão
insistindo numa rima correta
pra minha vida incerta.
Serei original
Sem pleonasmo banal
Não quero
minha vida exposta
Minha alma
metrificada
Abominarei
a retórica imposta
Do poema que não diz nada.
Abaixo a ditadura,
sem a devida usura,
Dos pensamentos já descritos
Dos amores bemditos
Direi não à Antropofagia literária
Não me alimentarei
Do pensar alheio
Não me enlodarei
Num breve momento de enleio
Sofrerei de anorexia verbal
Inventarei palavras
pra um poema fatal
[minhas idéias morrerão comigo.
Decifrarei o inexplicável
Pra registrar o imponderável
Anarquizarei o dicionário.
Começarei pela epítase,
Só acreditarei na antítese.
Cuspirei no Simbolismo
Tirarei o niilismo do armário
Não aceitarei qualquer silogismo
Mas desconfiarei do seu contrário.
Pra concluir em vão,
emprenhada de forma vil
Que Leminski tem razão:
“Tudo em mim anda a mil”.
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