IMAGEM SEM VIDA
Uma rua metalica,
sideral,
de criaturas estaticas
sem expressao.
Uma rua metalica que eu possui.
Uma rua gelada,
no tempo sem tempo marcado,
do tempo sem vida .
Uma crianca correndo na rua,
na chuva
--quase nua a crianca.
Tentando romper no mundo preto-e-branco
a nocao de vida
de situacao
de afirmacao
--de crianca!
Um brinquedo quadrangular na mao da crianca
um brinquedo
tao quadrangular,
que somente era brinquedo
sem uso
sem expressao!Toda a rua
sem vida.
--Uma imagem apenas,
apenas.
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1972 -este poema faz parte da Antologia
A Hora de Agora,publicado pela grafica Macae
em 1978.Direitos Autorais reservados
Rosalice de Araujo Scherffius.
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