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cronicas-->Falando de Conquistas -- 04/05/2002 - 23:56 (Abilio Terra Junior) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Falando de Conquistas

Abilio Terra Junior

Que fraqueza! Passara maus pedaços! Tentava agora reunir forças e colocava algumas frases soltas no papel em branco. Lembrava-se da grande lagoa, que ele circulava com sua bicicleta, ou no carro do seu pai. Havia também a fábrica de aviões, que se destacava lá no alto de um monte. De lá os pequenos aviões monomotores, conduzidos por pilotos de testes, subiam aos ares e desciam em "loopings" e em outras manobras arriscadas, que o deixavam admirado. Algumas vezes o motor falhava e o avião caía dentro da lagoa!
Diziam que bem lá no fundo da lagoa existia uma igreja, que fora coberta pelas águas. E que com o movimento das águas o seu sino tocava, em uma inútil tentativa de chamar os fiéis para um culto do qual só os peixes participavam. Isso dava um ar de mistério à assim chamada Lagoa Santa, e ele a olhava como se conseguisse penetrar em seus segredos.
Certa vez, ele e um amigo circulavam a lagoa de carro e encontraram duas moças louras, uma magra e outra mais rechonchuda, com quem começaram a conversar. Elas os convidaram para ir à sua casa, mais tarde. Eles para lá se dirigiram. Ficaram a bater papo durante algumas horas, se comportando como dois civilizados cavalheiros, se bem que não fosse essa a sua intenção inicial...
Enfim, depois ficaram a se culpar um ao outro, por sua frustrada tentativa donjuanesca... E quanto às moças? Teriam se sentido frustradas também? Era o que cada um perguntava para si mesmo. Nunca saberiam...
Lembrava-se agora de um livro que possuía, naqueles tempos da juventude, escrito por Casanova, o grande conquistador de lindas mulheres, que quando chegava em uma cidade, conduzido por sua carruagem, já provocava arrepios nas espinhas de todas as mulheres que ali moravam. Daí a frequentar as alcovas de muitas delas, era apenas um passo, ou poucos passos. Sua fama já o antecedia, preparando o terreno para suas aventuras romànticas. Nem as freiras lhe resistiam. É bom frisar que naquele tempo, muitas jovens belas eram alijadas da sua vida social por suas famílias, através do ignóbil costume de trancá-las em um convento, muitas vezes devido à um romance que ia de encontro aos interesses financeiros ou de casta nobiliárquica, ou por uma gravidez repentina, ou por atitudes de independência assumidas por tais jovens em relação aos severos costumes da época. Estas lindas jovens ali ficavam contra a sua vontade, e era quando surgia Casanova, que não perdia a oportunidade...
Certa vez fora preso, mas conseguiu fugir, em uma escapada com dramáticos lances. Na sua idade madura, decidiu-se a escrever as suas memórias, e nelas não deixou de desenvolver temas filosóficos, revelando-se ser mais que um mero perseguidor de saias (ou melhor, do seu conteúdo).
O livro que ele possuía, na verdade, constituía um resumo do original das "Memórias", que compunha diversos volumes (parece que não faltara assunto a Casanova). Mas, lendo-o, passava momentos agradáveis, em que dava asas à imaginação, retornando ao tempo das carruagens, das roupas cheias de babados, das saias rodadas, e das aventuras romànticas, carregadas de mistério, sensualidade, medo, galanteio, bilhetes, encontros às escondidas nos lugares mais inesperados, e, sobretudo, uma atmosfera impregnada de romantismo, que existira, principalmente, naquela época, em virtude, sobretudo, dos costumes severos e rígidos e dos padrões culturais de então.



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