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Artigos-->PORTAS ABERTAS: DO DISCURSO À PRÁTICA -- 07/06/2000 - 22:26 (Mario Galvão) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos






É mais do que conhecida a expressão "faça o que digo, mas não faça o que faço".



Desde os mais elevados escalões do Governo, passando pelos das empresas e chegando até a nossa casa, nos deparamos, todos os dias, com muito discurso. Todavia, a prática desses discuros é que são elas. A começar de nós mesmos, que escrevemos todos os dias as "dicas", quantas vezes nos surpreendemos e nos flagramos contrariando tudo o que pensamos e escrevemos.



Ninguém atire a primeira pedra, mas é muito importante que comecemos a nos cobrar, cada um de nós, funcionários e empresários, coerência entre o nosso discurso e o que praticamos no dia a dia.



Em primeiro lugar, porque, no século XXI, as comunicações e as informações são instantâneas e, portanto, as pessoas enxergam, com clareza e de imediato, quando o nosso discurso difere do que praticamos e quando a prática não confere com o que é afirmado, perdemos credibilidade.



Desta forma, está mais do que sabido que as lideranças querem afirmar que estão coerentes com o espírito moderno e democrático asseguram a todos, funcionários, clientes, parceiros e amigos da empresa que as portas da companhia estão abertas para o diálogo e o entendimento.



Estão mesmo?



Há alguns que afirmam isso mas, no minuto seguinte colocam-se atrás de uma barreira que pode ser uma secretária que ninguém ultrapassa, uma porta que está sempre fechada, um telefone que está sempre tocando ou nunca atende, uma agenda sempre repleta ou ainda uma expressão facial angustiada de que quem nunca tem tempo para ouvir, porque está ocupado com assuntos muito mais importantes do que os trazidos a ele pelo interlocutor.



Na sexta-feira passada, na faculdade em que estudo, houve um seminário em que o palestrante proclamou, na abertura de sua fala, que pretendia ouvir a todos e que, de acordo com o que o mundo moderno exige, estava pronto a nos oferecer participação e diálogo. Entretanto, além de desfilar para nós, na abertura da pretensa conversa, um currículo onde aparecia uma série de cargos governamentais já exercidos, estava ele por detrás de uma mesa, escondido atrás de livros, copos e garrafa de água, tudo colocado sobre um estrado mais alto em que o elevava acima dos seus ouvintes, devidamente protegido na sua condição de Doutor. Quando as perguntas começaram, abertas para o auditório, não foi nada inesperado que a primeira fosse um tanto quanto agressiva e já colocando oposição ao que o palestrante nos havia colocado. Só faltou ser um ovo arremessado, em protesto.



Imediatamente propus que o formato do auditório fosse modificado, que fizéssemos um círculo bem grande, com todos os alunos participantes colocados no mesmo nível do palestrante e da professora que coordenava o evento. Bastou isso para que realmente se iniciasse um dialogo e uma troca de idéias que elevaram o nível seminário. Todos participaram, sem exceção, fazendo perguntas, dando opiniões e oferecendo sua enriquecedora contribuição. O próprio palestrante sentiu-se melhor e respondeu as perguntas e participou do debate muito mais à vontade.



A TV e os jornais, na semana passada, mostraram também ao País dezenas de outras situações em que a tão falada disposição para democracia e diálogo não conferiam com a atitude e a posição assumidas pelas pessoas que se proclamavam-se democratas, modernas e abertas. Só que, na prática, contrariavam totalmente a discurso feito.



Sabemos que o mundo empresarial de hoje, extremamente competitivo, exige de cada um de nós que se informe, que ouça, que dialogue, com colegas, subordinados e superiores e até mesmo com os concorrentes. Temos demonstrado realmente disposição para isso? Temos praticado isso? Ou temos tido apenas um discurso moderno e uma prática empresarial que não confere com o que dizemos?



Experimente mudar o lay-out de sua sala, de seu departamento e, principalmente, sua disposição interior, para ouvir realmente o que as pessoas falam, pensam e esperam de você. Atue de forma realmente democrática e transparente, a começar de disposição sincera de praticar realmente o que essa afirmativa encerra, mantendo as portas definitivamente abertas, recebendo a todos que o procuram, buscando mais ouvir do que falar, estando realmente disposto a receber críticas, sugestões e até más notícias, sem indispor-se com quem as traz, sabendo que estar bem informado é condição básica para atuar melhor sobre o presente e nosso futuro.



Só temos a ganhar com isso.



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