Os Reis da mata
Numa fazenda abandonada localizada à beira do Rio Paraná havia uma diversidade de animais silvestres , os quais passeavam lentamente pela mata virgem que de tão escondida dos poluidores brilhava sob o sol radiante, todos os tipos de frutas como laranja, pêra, morango, uva, eram encontrados facilmente e em grande quantidade, as folhagens das árvores voavam pôr toda a fazenda denotando um ar de pureza inconfundível. Com toda aquela pureza em apenas um lugar não demorou muito tempo para que pescadores descobrissem a preciosidade e começassem a explorar sem pena, traziam para o local amigos baderneiros que assolavam os animais e roubavam toda fruta existente, como não conseguiam consumí-las brincavam de tiro ao alvo com os animais, e como em todo lugar há um rei, lá apareceu ele, em meio a um galho de árvore , o chefe dos animais era um pequeno coelho, esperto, branquinho e com pêlos deslumbrantes resolveu convocar uma reunião com todos os ocupantes dali ao entardecer, depois que os humanos selvagens fossem embora.
Como era de se esperar todos os bichos compareceram ao local designado, o coelhinho começou com o discurso: __ Amigos, temos que fazer algo pelo nosso lar, como viram estes malvados estão acabando com tudo, destroem nossa mata sem pensar em nós e nos nossos filhotes que hão de vir , as frutas deliciosas que apreciamos quando amadurecem já estão desaparecendo, vamos agir o mais rápido possível antes que eles acabem conosco , com nossa fazenda e outras florestas pôr aí, alguém tem alguma coisa mais à acrescentar?
__ Simmmmm!, esbravejou o antigo rei Leão, eu como experiente de muitos anos nas florestas da vida sei certamente como é difícil lidar com esses humanos, eles não percebem o quanto estão prejudicando, isso porque tudo o que possuimos eles necessitam mais do que nós e coitados são tão ingênuos. Nesse momento ouve um grande alvoroço entre os animais que começaram a dar intermináveis gargalhadas.
__Silêncio! Pediu com voz suave o coelho, ordem nessa reunião, não podemos nos igualar com os pescadores que bebem e gritam não nos deixando dormir em paz, concordo com o Leão, ele sabe das coisas , armaremos uma cilada juntos, cada um colabore com a agilidade que possue.Conversaram a noite inteira e bolaram uma idéia genial , colocaram em cima do pé de abacate um filhote de tatu galinha, e ao seu lado uma cobra parecida com os galhos para dar cobertura, o tucano fez dois buracos na árvore para se parecer com dois olhos,o coelho agilizou algumas cenouras estragadas para serem jogadas, o leão como sendo muito forte ficaria à distância cuidando de tudo, o gambá ajudaria com o cheiro insuportável e até um enxame de abelhas se ofereceu para participar.
No dia seguinte como todos os dias os pescadores chegaram na maior algazarra do mundo, jogando lixos, queimando as matas, poluindo os rios, e numa certa hora a fome bateu e eles resolveram colher algumas frutas, que certamente seria o abacate, fruta forte e gostosa, é, e não é que deu certo mesmo,todos os homens juntaram-se ao abacateiro e neste momento um sinal foi dado pelo coelho: __Atacarrrrrrrr!
Depois daquilo o que se ouvia na fazenda eram gemidos e prantos de choros, os grandalhões que tiravam a paz do lugar ficaram todos caidos,inchados,com rostos assustadores e fisionomia de quem nunca mais voltaria àquela mata, conseguiram se levantar e com cheiros insuportáveis corriam procurando a saída, e ao chegar na cidade começaram a transmitir o terrível acontecimento, dizendo que o lugar era assombrado e os animais eram almas penadas que tramaram contra eles, após isso nunca mais apareceu nenhum homem para desmatar, pescar, queimar,bagunçar etc., e os animais viviam seguros e felizes no lugar onde mais se espelhavam.
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