Sol lança um raio
abro o olho, um olho,
vejo o violão, meu violão
é a música do dia
nascendo em primazia
no movimento da vida
Desço do abajour,
a luz já não me acolhe
começa a chover, minha língua se salga
os cristais do sal arranham o céu.
o céu da boca...
o doce se espalha na saliva,
e a lágrima amarga a gargantilha,
que morre nos meus dedos.
A coleira que me amarra
a esse fuzil, que é o mundo,
não permite que eu engula
e eu vomito em cima de quem me olha.
|