Toquei a campainha. E ele abriu a porta.
—Ruto?
—Godofredo.
—O que você está fazendo aqui? —disse Godofredo, olhando para arma na minha mão.
—Eu sou matador e sua mulher me pagou para te matar.
—Você matador, Ruto? Lembro-me como se fosse hoje, você ajudando seu pai naquela loja de chapéu.
—As pessoas hoje em dia não usam mais chapéu.
—Você já matou alguma coisa na sua vida, moleque?
—Matava passarinho quando menino.
—Passarinho, Ruto? —Godofredo ria — Passarinho?
Ódio.
—Passarinho sim! —Ódio —Hoje mato marido cornudo!
Dei um tiro, ele rolou pelo chão.
—Levanta, Godofredo. Morra como homem!
—Não posso.
—Vai ter medo agora, depois de velho?
—Você estourou o meu joelho, porra.
—Desculpe.
Ajudei ele a se levantar.
—Você agüenta ficar em pé?
—Vou tentar.
—Tudo bem, vou ser rápido.
—Espera! Isso foi idéia do professor de tênis dela, da minha mulher, não foi? Eu devia ter desconfiado daquele currículo, Campeão Colegial de Tênis. Aquele filho da puta queimado de sol...
Dei outro tiro, esse no peito.
Godofredo ficou de pé, grudado na parede.
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