fade out, pela janela fora voam
tocam tambores, voam, fade out,
voam e desaparecem os medos
e as dúvidas, voam, fade out,
toca agora o flanco da dor e voa,
desaparece minha amiga, levanta
voo e conta histórias às dores
do parto, do meu parto, da minha
- agora minha - vida, voa dor...
broken, as músicas sucedem um prazer
de abandono - sugerem, gritam e choram
lágrimas de plasma dolorosamente bom,
sangue/não-sangue que escorre em cascata:
grita e voa de seguida, desaparece, e fico:
fico eu aqui, a trambolhar nas palavras,
a inventaralhar, a tamborisecar, a gostar
deste gosto de me ser-indo de ficar e des-
aguar abrupto em cima das asas, fico e voo,
estático na prisão desfeita, canto e grito,
como se cantar e gritar fossem as duas asas
da dor: observo e rio, demente e viúvo da dor
que partiu: feliz agora que encontro os
meus escombros:
vivo, ben harper canta-me a doçura de existir,
a super-acção: a canção ulterior de todas as
luzes: vivo nas estrelas. |
