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Poesias-->S O L I L Ó Q U I O I -- 24/09/2002 - 12:19 (Walter da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
S O L I L Ó Q U I O I





Ninguém me devolverá

tua magra presença.

Nada, nem o vento frio

de agosto, devolverá

a canção que não

ousaste cantar

em tua fuga.



Ninguém me devolverá

tua teimosia,

essa ingenuidade adquirida

quando hauri em teu colo

as palavras, “não faz isso menino!.



Nunca mais vou poder

ouvir essa maternal e estranha

subserviência voluntária

ao me dizeres “se não fosse você”.



Ninguém me devolverá

minha impaciência

em confronto diário

na convivência filial

com tua hipocondria.



Ah fora eu esse Deus

cuja existência

aprendi contigo

e a quem atribuo quase

tudo, menos tua morte...



Ah fosse eu aquele tímido

Santo Antônio de azulejo

a quem pediste tanto

para eu ser aprovado

no vestibular da vida.



Ninguém jamais me devolverá

teu perdão que nem sei

se concederias

ao me ver chorar hoje

feito uma besta quadrada

por ter aprendido tanto

com tua sábia e santa ignorância.



Perdoa-me por não crer

serem Deus ou Santo Antônio

autores dessa

trágica e inexorável

empreitada.

Perdoa-me por nem

acreditar mais Neles

principalmente a ti

que mos apresentaste

com tua fé

de remover montanhas.



Ninguém,

ninguém mesmo

me convencerá que

morrerias além

da minha vontade

de te esperar

quando nem te julgasses

mais presente.



Perdoa-me

por te amares

mais do que podias,

mas me amares

mais do que deverias.



Permite-me

guardar tua imagem

a que tantas vezes

por razão extrema,

minha querida Jocasta,

recusei ver de perto.



Ninguém evitará

teu périplo,

vacilante périplo

pelas ruas de minha consciência.



Ninguém,

rigorosamente ninguém

me devolverá

o sentido imposto

a tudo isso!





WALTER DA SILVA

Recife, Pernambuco, 13.08.1987

Inserido em “OS RITOS DA AURORA” ®







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