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Poesias-->ÚLTIMAS PÉTALAS -- 24/09/2002 - 12:28 (Anderson Christofoletti) |
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-últimas pétalas-
Sinto-me um barco sem velas
Repleto da ânsia dos corsários,
Mas perdido em círculos restritos
Em vontades sem sentidos.
Encontro-me na pletórica
Retórica : em cada verso
Do poeta que não aprendeu a amar.;
Que se perdeu na preamar do verbo
E se prendeu ao substantivo que vai a deriva pelo mar
Da paixão teórica
Idolatrando, a esmo, o sentimento
Com palavras gastas
– Desnecessárias -.
É tudo tão escuro
E sinto o tempo escorrer pelos meus dedos...
Sabe, minha rosa,
Ontem me veio uma voz
Dizendo:
“A poesia é o subterfúgio
Do vagabundo requintado!”
(Queria ser desprovido
De coração nessas horas)
Às vezes acho que nasci para morrer
E que minha passagem pela terra
Poderá ser narrada num fado
Desgraçadamente triste e ruim.
Penso, às vezes, que “meu tempo”
É um fardo
Que já consumiu a minha escassa força.
Confesso ,
Cheguei a acreditar
Que a vida tinha me concedido
Novos olhos,
Mas não eram meus...
Fechei meu coração
No intuito de abster-me
À dor de tê-lo partido
Porém,
Regresso à dor de velhas páginas
E o vento distancia de meus passos
As últimas pétalas.
©Anderson Christofoletti
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