Quero lavar meu sangue!
Removê-lo todo
E trocá-lo por outro melhor.
Preciso destruir o veneno
Que circula em minhas veias.
Que energia deletéria é essa,
Que mina forças
E enfraquece meu vigor?
Como aplacar tal monstro
Que apossou-se do meu corpo
E abusa da minha fraqueza?
Exijo que me sequem toda.
Que me infundam sangue novo,
De preferência infantil.
Quero, mais uma vez, provar
A inocência de ser criança.
Amontoar sonhos adolescentes,
Bravatas e contradições juvenis.
Almejo, com fervor, a maternidade.
A graça de amamentar minhas crias
Acompanhar seu crescimento
Conhecer outras gerações.
Por ventura me negarão este direito?
Eu só quero ser gente,
E provar de um futuro melhor.
Só peço uma chance, nova vida.
Quero ter respeito próprio
E, sobretudo, me amar!
19/05/02
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