Ontem assistimos o Globo Repórter apresentado por Sérgio Chapelin e a brilhante Ilze Sacamparini. O tema versou sobre a dieta do mediterrâneo que preconiza o uso de peixes, azeite, vinho e massas com o objetivo de conseguir longevidade e boa saúde.
Torna-se interessante saber que o macarrão tem a mesma importância para os italianos, como o arroz e feijão para os brasileiros. A saúde é fundamental e ressalte-se que tanto a sanidade como a doença começam pela boca.
Então, entre o estar doente e são depende das escolhas que fazemos, dos alimentos que usamos. Tudo muito bom e correto, mas e quando não há alternativas?
Cremos que as doenças decorrem do estilo de vida que a pessoa leva. Se ela se preocupa tanto, por exemplo, com a opinião pública, a tal ponto que se deixa limitar por entraves que lhe surgem, então é certo que poderá sofrer danos na saúde.
É sabido que o câncer pode ser uma decorrência do estresse vivenciado pelo hospedeiro. Então será que vale a pena aventurar-se em ações condenáveis que objetivam a aquisição de fortunas ilicitas, e depois usar parte dela no tratamento dos problemas que causou?
Por outro lado, a vida longa que se pode ter com as dietas frugais, seria menos confortável do que a do outro estilo, em que se pode ter a abundância de tudo, inclusive dos cânceres?
Mas o pior não está nisso tudo. O mal pode estar na associação da penúria material e fragilidade da higidez física. Nesses casos o alastramento da malignidade pode ser incontrolável.
Cremos ser tudo questão de escolha. Mas e quando não se pode decidir entre duas alternativas? Nas situações onde não existe a liberdade de opção o individuo pode se ver em meio a opressão exercida por atitudes não muito justas.
Em Cuba, por exemplo, não há praticamente liberdade nenhuma para a expressão do pensamento. As limitações são tantas que até a Internet funciona de forma precária.
E não imagine o leitor que isso só acontece em Cuba. As dificuldades incríveis surgem para quem se dispõe a discordar da corrente política dominante, inclusive no interior do Estado de São Paulo.
Assim, onde não há liberdade de nem ao menos dizer o que se pensa, imagine se pode haver liberdade para escolha do tipo de dieta que lhe traria vida longa e saúde.
O poder político avassalador, limitante, é injusto quando para manter seus privilegios, cerceia as manifestações de contrariedade, negando o contraditório. Esse tipo de agir podemos considerar como manifestação mais branda da manu militari.
Ficou já provado, pelo transcorrer do tempo, que essa forma politica de agir condena a sociedade à estagnação, à involução e, se não corrigida à tempo, pode levar à morte a civilização que submete.
Portanto nada mais saudável do que falar e ser ouvido, do que escrever e ler, podendo opinar sobre o que ocorre à sua própria volta.
Que seja a dieta do mediterrâneo útil também para o político que, por irreflexão, embolsou as verbas públicas hoje distantes dos seus verdadeiros beneficiários.