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Contos-->O amor que não ousava dizer nome -- 15/06/2000 - 13:42 (Eduardo Henrique Américo dos Reis) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
"Se tiveres que escolher entre o mundo e um amigo, fique com o amigo. Se escolheres o mundo, perderás o amigo. Mas se preferires o amigo, certamente ele lhe dará o mundo."

Que amizade mais bela foi aquela que um dia tive...um amigo para todas as horas. Dos gozos às lágrimas, das lágrimas aos sonhos, dos sonhos à realidade. Realidade aquela nossa sofrida, cheia de injúrias e calúnias... tanto desprezo, simplesmente por gostar de alguém, amar alguém... como ainda o amo.
Não sei, às vezes penso que esta vida há de ser uma grande ilusão, uma utopia, um jogo, uma apresentação teatral que nunca termina e, por isso, estamos altamente envolvidos com os personagens.
Não tínhamos medo de nada, só queríamos ser felizes. Nunca ligamos para o que poderiam dizer ou fazer com a gente... não fazíamos mal à ninguém. Consigo me lembrar com muita facilidade dele deitado sobre o meu peito, sorrindo feito bobo, contando piadas e acariciando meu rosto. Aquilo sim foi uma verdadeira amizade. A mais sincera. A mais bonita. A mais amada.
Mentira!? Não, isso não existia entre nós. Conversávamos através de olhares, compartilhávamos os segredos mais bizarros e tolos escondidos nos confins de nossas almas, como relações amorosas e desejos de magnificência única. Imperadores, ou reis ou até mesmo donos de algum planeta.
Nossas famílias, sobre estas eu nem gostaria de falar... eram as pessoas que mais nos atacavam. Faziam sermões e até acendiam velas, mas nunca tiveram coragem de nos perguntar como conseguíamos ou porque gostávamos de ser tão próximos.
Conheci ele durante a minha adolescência e confesso, não saberia responder às perguntas feitas por meus parentes. Talvez éramos tão amigos por sermos parecidos um com o outro, por sermos diferentes de todos, por carência afetiva, por gostarmos dos mesmos filmes, mesmos livros... ou até mesmo por todos pensarem que éramos homossexuais.
Sempre foi difícil caminhar pelas ruas e, apesar de estar ao lado da pessoa que você gosta, notar o mundo todo lhe observando e lhe taxando como se fosse uma aberração da natureza, um monstro comedor de criancinhas, uma bomba nuclear ambulante que pode contagiar as pessoas com um mínimo contato. Mas tudo bem! Meu amigo era meu mundo, minha família, meu trabalho, meu salário, minha casa, meu Domingo no parque, minha noite fria enluarada, meu cigarro, meu álcool, minha namorada, minha felicidade!
Mas agora ele se foi... e a culpa é toda minha! A culpa é toda minha por não ter me afastado dele quando percebi o que poderia acontecer. Nunca gritamos para o universo ouvir. Nunca rezamos por muito dinheiro. Nunca desrespeitamos ninguém, nem mesmo as pessoas que não merecem o nosso respeito. Pela primeira vez, parei para pensar no passado, no presente e no futuro. Não tenho vontade de chorar, apesar do nosso único verdadeiro desejo não ter se realizado e ainda ter levado meu amor, meu amigo de meus braços. Apesar de tudo, fomos felizes, pois nunca nos alimentamos de ódio e preconceito.
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