No dia-a-dia me policio
disfarço meu lado promíscuo
com esta pele de santa
que me cabe como luva
Invisto na imagem turva
que fabrico
pois não posso correr riscos
Me faço de sonsa
de pacata, de donzela
mal sabem que é miragem
esta sombra que projeto
E, assim, me protejo
camuflando a selvagem
que em mim habita
Apenas eu me vejo
refletida e nítida
por dentro do espelho
Apenas eu sei de mim
do preço que pago
e recebo ao deitar
em outras camas
Me vendo aos solitários
salafrários, ordinários
aos ricos, podres, pobres
para um, dois, três...
(vai do gosto do freguês)
Estou nos classificados
com o codinome "pecado"
"loira, completa, 18a., seios fartos
recém iniciada, bumbum arrebitado
sm/boundage/massagem
at. dom/mot, h/m/casais
ac. c.crédito,pgto. antecipado
prazer garantido, apenas alguns reais"
Apesar dos pesares
a despeito do perigo
vagueio à noite pelos bares
enchendo a cara de gin
Pense e peça, meu amigo
o que quiser de mim.
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