Às vezes me faço de morta
para estancar esta dor
Noutras tantas, de porta
silenciando este amor
Sempre que possível, minto
digo que já esqueci
brinco de ser invisível
fujo até de mim
Morro, me tranco, desapareço
faço de conta, corro, emudeço
Blefo no jogo da vida
por instinto
não por sórdido prazer
Eu não era assim
até o dia que a poesia
revelou-se hipocrisia
Dei, enfim, uma guinada
nesta tortuosa trajetória
e tento renascer do nada
numa outra história
Sou um novo ser
depois de você.
http://www.poesiailustrada.hpg.com.br |