Os constantes conflitos entre aqueles dois povos parecem não ter fim, pois não há como conciliar interesses tão díspares, cujas raízes histórias remontam à época de Abraão. Ele chegou há Canaã muito tempo depois dos palestinos - tribos nômades que viviam naquela região - Naquela época, os bens deixados pelos patriarcas eram herdados pelo filho primogênito; assim as terras de Canaã deixadas por Abraão, argumentam árabes e palestinos, deveriam ser herdado por Ismael. (Filho de Abraão com a sua escrava egípcia Agar, pois sua esposa Sara, até então, não podia ter filho) Ismael foi o pai dos árabes, dos quais descendeu Maomé. Os judeus, por seu turno, não aceitam este argumento, alegando que Ismael era um filho bastardo, e que o verdadeiro primogênito de Abraão era Isaac. (seu filho com Sara) Mais tarde, ele passou a ser chamado de Israel e teve 12 filhos – “Os filhos de Israel”, ou as “12 Tribos de Israel” - A história destes dois povos, pela disputa da terra, nos dá uma visão da origem de toda esta inquietude, que continua até hoje.
Após a segunda guerra mundial, a ONU decidiu pela criação de dois Estados; um judeu e outro palestino. Israel aceitou a decisão da ONU e, em 1948, foi fundado o Estado hebreu. Os palestinos não aceitaram a partilha e não reconhece a existência de Israel como nação. Ali começou esta malfadada guerra que dura até hoje. Após a guerra dos seis dias, Israel passou a ocupar as colinas de Golam, um local estratégico do ponto de vista militar, fronteira com a Síria. Os israelenses dizem que dificilmente Israel deixaria aquela posição, pois ali nasce o Rio Jordão, que alimenta o "Mar da Galiléia," o qual é o responsável pelo maior suprimento de água doce do país. Dentre as pretensões dos palestinos, há o desejo de criar o seu Estado, com a capital em Jerusalém, controlar os territórios da sua jurisdição e dos seus recursos hídricos. Israel nunca concordou, pois 13% do lençol freático da Cisjordânia, de 600 milhões de metros cúbicos, são responsáveis pelo suprimento de água das duas cidades mais importantes de Israel; Jerusalém e Tel-Aviv. Por outro lado, os judeus têm em Jerusalém a sua capital eterna, indivisível, na qual restou o muro do primeiro Templo, iniciado pelo Rei Davi e concluído pelo seu filho, o Rei Salomão, agora conhecido como o “Muro das Lamentações”; o único lugar sagrado dos judeus.
Atualmente, Israel tem seis milhões de habitantes; num espaço territorial do tamanho de Sergipe, mas 50% são de deserto. Os quatro milhões de palestinos que moram nos países vizinhos querem retornar da sua “diáspora”. Com receber tanta gente e proporcionar-lhes habitação, alimentação, água e trabalho? Este é maior desafio que ficará para as futuras gerações. Enquanto isto, a guerra continua e parece não ter fim. São 60 anos de lutas, desde a fundação do Estado hebreu. Pelo visto, é preciso a interseção da bondade divina para dar uma ajuda na solução deste conflito, a fim de que a paz naquela região possa ser estabelecida definitivamente. Como disse Mahatma Ghandi, o apóstolo da paz, “se prevalecer à lei do olho por olho, terminaremos todos cegos”.
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