Sim,
sei que me bates por amor.
E é em nome deste sentimento
que me submeto, me humilho,
me rebaixo, se preciso for.
Sim,
conheço tua necessidade
de sofrer e ser aviltado.
E honrando este amor aberrante,
me excedo, tirana, a te provocar.
Sim,
contigo aprendi a arte da sutileza,
a elegância dos pequenos toques,
o requinte da tortura
– hábil discípula sou -
Sim,
em nossa relação sombria
não se respeitam limites.
Nada se poupa, por maior seja a dor.
Sim,
Dispo-me dos preconceitos
e venço as inibições.
Tentando te entender,
e me fazer querer.
Sim,
aceito viver o momento,
embora saibas o quanto me doa
a incerteza do amanhã.
Feito em 12 /05/02
|