Usina de Letras
Usina de Letras
43 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 62773 )
Cartas ( 21342)
Contos (13287)
Cordel (10347)
Crônicas (22564)
Discursos (3245)
Ensaios - (10536)
Erótico (13585)
Frases (51153)
Humor (20114)
Infantil (5541)
Infanto Juvenil (4865)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1379)
Poesias (141073)
Redação (3341)
Roteiro de Filme ou Novela (1064)
Teses / Monologos (2439)
Textos Jurídicos (1964)
Textos Religiosos/Sermões (6297)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->(SEM NADA DENTRO!) Parte I -- 07/07/2000 - 13:56 (Adriano Marques dos Santos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
(Primeiro!)



Sentado diante o computador sem uma grande dor qualquer que justifique este

poema:

"Sofrimento para mim é algo que faz crescer os outros."

Diante o computador como um espelho frente a outro,

imagem de uma imagem (sem nada dentro!).



Então leia-me e veremos o que é vazio.

Balançando o mouse como um compasso marcando o ritmo do tempo.

Digitando estas linhas e imprimindo no papel meu desabafo.

Não tenho talento para vida mas quem tem?



(Segundo!)



"Antes era meta, agora: rotina. Era horizonte e agora é esquina.

E já foi futuro, agora é sina."

Procuro uma nova meta que me faça sonhar,

que me faça mudar de posição e estar comprometido com que escrevo,

meu futuro depende exclusivamente disso: de uma visão empreendedora da

poesia.

Por vezes, de trás de minha máscara de administrador, me pergunto:

Quanto devo investir nestas estrofes?

Quais seriam as tendências mercadológicas para estes versos?

Seria viável considerar uma margem de lucro para cada rima?

Seria adequado alguma reengenharia para poesia?



(Segundo e 1/2!)



Então vamos lá:

Escrevo na certeza de que serei lido,

criticado e clicado para que o acaso faça com que outro leia,

critique e clique para outro possível site

e um terceiro ou milionésimo faça o mesmo com a naturalidade que os

anteriores tiveram ou não!

(A leitura de versos é uma eterna probabilidade.)

E como num jogo nervoso de roleta russa,

tudo que aqui está escrito estala no tambor vazio até encontrar a bala

e determinar sua meta: acertar em cheio a cabeça vazia de alguém

ou na pior das hipóteses resvalar alguma dessas manjadas grandes idéias.



(Terceiro!)



A CONSTRUÇÃO DE UM POSSÍVEL POEMA:

Penso na minha necessidade atual de versos:

"Um poema que sai pronto no monitor é presunçoso por não tem concreto

suficiente.

Alguém já viu um edifício igual ao projeto?

Pois bem!

Um poema se constrói assim:

coloca-se uma palavra aqui, rabisca-se uma frase ali,

começa-se um estrofe no fim ou meio, vez por outra no começo.

É preciso muito trabalho para grandes inspirações poéticas."



A CONSTRUÇÃO DE UM POSSÍVEL POETA:

"Começo a escrever poemas nas idéias e algumas esperanças que tenho,

depois uso umas palavras e papéis,

uso também uns sons e ilusões que escuto,

leio o mundo por páginas e páginas de meia-verdades e negações,

anoto amores e conclusões,

literaturas e aliterações,

vou além do que me limita,

além do que concordo,

além do que acho certo ou pelo menos acredito,

arranco todas as dores do peito e arranho os pixels do monitor,

escancaro os mínimos detalhes e as mais monótonas rotinas,

engulo informações e formas,

escolho escolas e estilos,

formo conceitos que não são originais mais são meus e acredito neles!,

escrevo contradições

e olho o verso crescendo com o carinho de pai que sonha com um filho

perfeito

e que esquece do livre arbítrio...

É preciso muita ternura para grandes aspirações poéticas."



(Quarto!)



Estou no quarto encarando os teclados...

(Tudo simultâneo demais!

Enquanto escrevo fabricam bombas nalgum lugar

e nascem outras pessoas que aprenderão a amar

e Adriana Calcanhotto canta em algum rádio

e o pneu canta na esquina

e uma pedra cai numa determinada velocidade por causa do que escreveram

sobre gravidade.

E alguém discute com alguém que chora

e alguém espera enquanto alguém demora.

E o telefone toca

e a campainha toca

e eu não me toco em atendê-los.

E a vida é assim ou assado

enquanto crianças desacreditam na infância preocupadas com as quedas na

bolsa de Tóquio

e não sei para que time você torce

e quem nunca chorou escondido?

Estou escrevendo enquanto pessoas toleram outras pessoas por complacência,

enquanto pessoas enxugam lágrimas diante da cena final de uma novela,

enquanto noutro lugar alguém escreve um outro poema que possivelmente será

lido por mim.

E o mundo gira enquanto escrevo

e astrônomos encontram estrelas de diamante além do silêncio de um céu que

já foi o limite "Pascal que o diga!".

E o universo expande dentro do nada?

E enquanto isso na Sala de Justiça:

Batman toma um cafezinho,

Robin joga paciência no computador,

Lanterna Verde entra no banheiro com um gibi do Mickey

e a Mulher Maravilha não foi trabalhar alegando cólica menstrual.

E eu delirando com tantas velocidades, tantas direções, tantas lições

e tantas e tantas variáveis!

Continuo escrevendo enquanto a novidade espera seu momento

e a coincidência espera seu momento

e o murro espera seu momento

e a esperança espera seu momento

e a palavra certa espera seu momento

e a sorte espera seu momento

e o instante espera seu momento

e eu espero o momento certo!

Escrevo enquanto me lembro novamente de enviar um e-mail para meu irmão

e agora acho que não vou esquecer.

E entre minhas atuais prioridades: este poema, um Jipe

e um lugar onde eu possa viver em paz,

não é necessário que seja nesta ordem mas é primordial que seja nesse

progresso.)

... enquanto Deus me mostra o mundo!
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui