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Artigos-->A volta do belo futebol - Parte 1 -- 19/01/2009 - 11:28 (Carlos Claudinei Talli) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A volta do belo futebol – Parte 1

Carlos Claudinei Talli



Há muito tempo ouço repetidamente a mesma ladainha: o futebol atual é muito mais feio de se assistir que o de antigamente – aquele jogado até a década de 70 -; não existem mais craques geniais; esse ‘cabeça de bagre’ que hoje fatura milhões de dólares não serviria nem para ser gandula naqueles tempos; e etc., etc., etc.



Esse diagnóstico que todos os amantes do futebol bem jogado fazem é sem dúvida verdadeiro, porém, muito geral e vago, pois não mostra as causas reais que contribuíram para que esse desastre estético acontecesse.



Fala-se principalmente que, dentro das quatro linhas, o futebol brasileiro continua a ter o brilhantismo de antes, mas que fora de campo os nossos cartolas nada evoluíram e a corrupção campeia sem controle; que a impunidade é a regra. Mais uma vez essa alegação não deixa quaisquer dúvidas quanto à sua legitimidade e propriedade.



Porém, não devemos esquecer que essa cartolagem corrupta e incompetente existe em nosso país desde que Charles Muller aqui desembarcou, trazendo o esporte certo para o país certo.



Sem dúvida, é uma das causas para que a beleza e a plasticidade do futebol tenham diminuído tanto, porém, não é a única, e nem a mais importante, pois isso ocorreu em todo o mundo.



Então, o que mais aconteceu de tão grave para provocar um estrago dessas proporções no futebol mundial?



Há alguns anos surgiu uma pesquisa sobre a qual tomei conhecimento num dos brilhantes artigos da comentarista esportiva Soninha. No referido trabalho, feito por especialistas de outro país (não me recordo de qual), fazia-se uma comparação entre o ano de 1970 e o de 1998, levando-se em consideração quanto um jogador de futebol corria em média durante os 90 minutos de uma partida.



Em 1970, corria-se 4,5 Km/partida, enquanto que em 1998 a velocidade subiu para 12,5 Km/partida. Pasmem... Aproximadamente três vezes mais. Hoje, certamente, essa marca já foi ultrapassada.



Qual a conseqüência que essa evolução no preparo físico dos atletas provocou na maneira de se jogar futebol?



Ao se aumentar três vezes a velocidade do jogador, indiretamente, o espaço utilizado para jogar diminuiu na mesma proporção. De uma maneira aproximada, seria o mesmo que se colocar 22 jogadores (11 de cada lado) para jogarem uma partida de futebol, num campo de futebol soçaite. O que aconteceria? Daria certo esse absurdo? Pois foi isso, de uma forma simbólica, o que fizeram com o futebol!



Esse fato, a diminuição indireta do espaço de jogo, proporcionou o surgimento do chamado futebol de resultados. Arma-se uma retranca com duas linhas de quatro jogadores e espera-se uma falha do adversário para se desferir um mortal contra-ataque. Os times que jogam assim recheiam o meio de campo com vários brucutus, e deixam apenas dois atacantes rápidos na espera de uma enfiada decisiva. Depois, é só administrar a vantagem, e, às vezes, aumentar o placar repetindo a mesma estratégia.



Um exemplo histórico de um time medíocre que conseguiu a conquista da Copa Libertadores da América, jogando exatamente desta maneira, foi o horroroso Once Caldas da Colômbia. Outro foi o Boca Júniors da Argentina, do vitorioso técnico Carlos Bianchi, que levantou três títulos do mesmo torneio continental imitando com todas as letras o famoso cattenaccio (ferrolho) italiano.



Antigamente, somente os considerados times pequenos adotavam essa tática, pois quem possuía os craques eram os grandes clubes e, como o espaço de jogo era três vezes maior, armar uma retranca era o único meio para se evitar uma goleada. Vivíamos o tempo em que a qualidade sobressaía e os espetáculos eram maravilhosos. Raramente acontecia uma zebra.



Hoje, quase todos os clubes do mundo – grandes e pequenos - jogam dessa maneira enfadonha, e o resultado é um futebol horrível de ser assistido.



Neste momento, como a crítica isolada, dissociada de uma possível solução, é uma total perda de tempo, uma pergunta se torna obrigatória.



Seria possível, com algumas alterações nas regras desse esporte, criar as condições ideais para que os ‘foras de série’ voltassem a ter o espaço necessário para mostrar toda a sua categoria?



Nós acreditamos que sim, e vamos apresentar algumas sugestões nesse sentido. Porém, esse será o assunto de ‘A volta do belo futebol – parte 2’, amanhã.















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