Ano: 2016.
Viajar pelo tempo não é algo tão difícil assim. Por milhares de anos, as pessoas têm feito isso mas nunca se deram conta. Na maioria das vezes, viajamos para o passado e para os futuros prováveis dentro de certas condições especiais: traumatismos, ondas magnéticas mais intensas, alimentação (!), sonhos, delírios e drogas.
Existe uma droga chamada cabalisticamente de Ômega-7. Não vou me esticar muito na batalha que houve até seu desenvolvimento completo. Mas, acredite, para o laboratório alemão Werk chegar a sintetisar a proteína que causa o mirabolante efeito, pelo menos 50 pessoas morreram, entre espiões de empresas concorrentes, civis, militares, guerrilheiros do Jihad... E o próprio laboratório Werk passou por maus bocados internos pois seus cientistas e químicos estavam meio que aversos à idéia proposta pela empresa. E você também temeria pela sua sanidade e sua vida, se estivesse no lugar deles.
A dora Ômega-7 é um supressor da pituitária, inibidor das sinapses, catalizador, regressor... Não sou químico, apenas sei o que ela faz. A Ômega-7 desloca a consciência da pessoa para fora de seu corpo, fazendo aquilo que os místicos chamam de Viagem Astral.
Quando da publicação dos resultados da Ômega-7 nos jornais e revistas da comunidade científica, foi uma guerra. Primeiro, diversos laboratórios processaram as revistas por calúnia, farsa, essas coisas. Mas os resultados eram inequívocos pois o laboratório Werk apresentou provas irrefutáveis da veracidade da coisa.
O principal inimigo do laboratório foi a igreja católica. Com a morte do Papa João Paulo II, sendo substituído pelo brasileiro João Paulo III, houve uma intensa propaganda contra a droga que abria inusitados caminhos para a humanidade. Por exemplo, algus teólogos acreditavam que a alma estaria sujeita a ataques demoníacos e que tira-la do corpo, sendo que ela foi posta por Deus, era heresia além da conta. A Igreja arrepiava-se com aborto, incesto, divórcio, clonagem humana mas só faltou pegar em armas quando se soube que a alma estava passeando pelos parques e jardins do mundo, sem um corpo para mante-la sob o julgo da lei divina.
A FDA, órgão americano que de certa forma controla as drogas, abriu o bico mas se calou porque o laboratório Werk já havia enviado amostras para análise assim que a patente estava registrada mundialmente. E o primeiro a requerer autorização de fabricação da Ômega-7 foi o governo americano. Justo ele, que tanta gente eliminara quando da espionagem da droga...
Os ânimos não se acalmaram. Apenas se calaram as bocas quando o dinheiro começou a rolar.
As primeiras equipes de pesssoas que se submeteriam a Ômega-7, fora dos laboratórios secretos e na presença de câmeras de todo o mundo, foi formada numa join veture entre os laboratórios Werk, o laboratório Tsu-Nai coreano, o laboratório Topiko japones e o laboratório Clerck americano.
Os primeiros testes televisionados foram patéticos mas esclarecedores. A droga, que era aplicada usando-se adesivos sobre a pele, era de efeito imediato. As pessoas (cobaias?) caiam em imediato sono profundo e experimentavam a sensação de sairem de seus corpos. Claro, ninguém os via pois estes estavam numa frequência vibratória que o olho humano não alcança mas os sensores da Werk e amigos captava. O fantasma eletrônico caminhou um lugar, voltou e narrou o que vira.
Pronto! Sucesso mundial! A opinião pública mudou de idéia e a igreja católica, que se aliara aos protestantes (veja você!), perdeu seu apoio político. Houveram alguns tumultos nos EUA, graças a advogados que insistiam que era o fim da privacidade. Mas os porta-vozes da Werk garantiram que a Ômega-7 estaria proibida ao usuário comum. Mas a pirataria estava se aproximando...!
A Werk e amigos começaram a liberar, finalmente, o uso da Ômega-7 para fins científicos.
Mas quando Olga Rosembein entrou no projeto, a verdadeira revolução começou. Famosa parapsicóloga, era a peça que faltava no direcionamento das pessoas que saiam de seus corpos “montados” na Ômega-7.
Começava-se a pesquisa de outros planetas e do passado da humanidade!
continua...
