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Cordel-->A CACHORRA DE PARIS -- 25/03/2001 - 03:46 (Fernando Tanajura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


A CACHORRA DE PARIS



Com esse tal de baile funk

ficou tudo sem respeito,

a família virou punk

e educação não tem jeito



Prestem muita atenção

pra história que vou contar

não é nenhuma invenção

tudo que aqui vou narrar



Conheci uma menina

muito bem apessoada,

coitada da sua sina

bem cedinho ficou lesada



Foi pra França estudar

e não aprendeu a lição

Só pensava em namorar,

veio daí a perdição



A família, gente fina

mandava grana da boa

mas a maldita menina

queria ficar à toa



A madrinha, mui carola

mandava presentes finos,

até suco de acerola

e docinhos quase divinos



A menina nem ligava

para qualquer regalia,

mais à toa ela ficava

e assim curtia a alegria



Todos pensavam que ela

estava muito estudando,

que Cultura vivia nela

e a vida ia levando



Mas a pobre baianinha

estava era na bandalha

não aprendia nadinha;

vivia com gente canalha



Pensava que "pomme de terre"

não era coisa de comer

Nem lendo o tal do Voltaire

ela conseguiu aprender



Quando descobriram a verdade

foi verdadeiro alvoroço:

se espalhou pela cidade

que a pimpolha era um caroço



A família da Bahia

plantadores de cacau

não via chegar o dia

de castigar-lhe com pau



Uma surra bem danada

para a menina aprender

que dinheiro é coisa suada

e não é pra despender



Cortaram assim a mesada

e deixou-lhe a ver-o-léu

Não teve jeito, a coitada:

foi trabalhar num bordéu



Depois de muita andança

sem conseguir o que queria

foi logo expulsa da França

voltando assim pra Bahia



Quando chegou na Bahia

a família muito fina

não contou o que sabia

da filha pra lá de traquinas



Quis arrumar um partido

logo; belo e apessoado,

assim ficava garantido

um casamento apossado



Mas a menina, a escrachar

arrumou foi um bom tigrão

e passou logo a desfilar

sua febre de tesão



Ia pro baile e dançava

o belo e bom vai-e-vem

diziam até que esperava

no bucho um filho do trem



Levava tapa na cara,

sorria e achava bom

Carinho era coisa rara

sem sair nunca do tom



Vivia de noite em noite

numa louca brincadeira

acalmando o seu afoite

com a dança da cadeira



Assim viveu pertubada

Como pode e como quis

Na turma era chamada

de A Cachorra de Paris



© Fernando Tanajura

(n. 1943 - )

http://tanajura.cjb.net



 


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