O ex-primeiro-ministro da Islândia, Geir Haarde, foi considerado responsável pela crise institucional que atingiu o país.
O Partido da Independência, formação de centro-direita de Haarde, dividia o poder com os social-democratas desde maio de 2007 e anunciou sua renúncia na segunda-feira passada.
REIKIAVIK - A Islândia tem um novo governo, que tentará tirar o país da crise, depois de um acordo firmado entre os dois partidos de esquerda, no sábado, conforme notícia divulgada ontem no JT ONLINE com a Agência AFP.
Johanna Sigurdardottir, de 66 anos, é a primeira mulher no país a ocupar o cargo de primeira-ministra e é também a primeira chefe de governo ocidental a assumir abertamente sua homossexualidade.
- Fui convocada pelo presidente da Islândia para formar o novo governo, e conseguimos um gabinete baseado em novos valores sociais - disse a social-democrata.
Participa, também, da coalizão, o Partido Esquerda-Verde. O governo "se apoiará em novos valores sociais", insistiu Sigurdardottir após ter sido recebida pelo presidente Olafur Ragnar Grimsson.
Os islandeses, muitos dos quais perderam suas economias e empregos a partir de outubro, consideram o ex-premier Geir Haarde responsável pela crise financeira e econômica que levou a ilha à beira do abismo, obrigando o governo a tomar o controle dos grandes bancos, enquanto a moeda perdia valor. Segundo as previsões dos técnicos, a economia da Islândia poderá encolher 9,6% em 2009.
O sistema financeiro da Islândia entrou em colapso em outubro, com o peso de uma dívida acumulada durante anos de crescimento econômico rápido: o governo se viu obrigado a negociar empréstimos da ordem de US$ 10 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e com vários países europeus. A moeda islandesa, a coroa, sofreu grande desvalorização, e o desemprego no país aumentou.
O ex-primeiro-ministro da Islândia, Geir Haarde, havia anunciado na segunda-feira passada a renúncia imediata de seu gabinete, em consequência da crise econômica que afeta o país há quatro meses.
O Partido da Independência, formação de centro-direita de Haarde, dividia o poder com os social-democratas desde maio de 2007.
|