Na semana passada, fiz uma metáfora entre as empresas que fazem apenas o necessário para continuar existindo e a famigerada Creolina, um potente desinfetante que, embora acabe com as bactérias, provoca muitos males à saúde – e ao olfato – de humanos e seres menos humanos. As Empresas Creolina, oito em cada dez, estariam em todos os setores, como uma praga, atendendo mal, acomodando mal, servindo mal, mas contando com a conivência dos consumidores que acham que “é assim mesmo”. Felizmente, há as empresas que rejeitam a Creolina e tornam a nossa vida melhor e mais fácil. Prometi dar exemplos.
Só para evitar a picuinha dos que têm tempo para picuinhas, deixo claro que, nenhum dos estabelecimentos os quais citarei aqui mantêm ligação comercial comigo, a não ser aquela que existe entre empresa e cliente. Nenhum deles me pagou quantia ou cedeu produtos e serviços em troca do que vou escrever. Também não pretendo enviar um exemplar desta edição para eles visando a um contrato ou favorecimento. Pelo que tudo indica, os três, como empresas antenadas que são, já devem ter parceiros de ótima qualidade para realizar suas campanhas publicitárias. Escrevo como cliente que reclama quando é mal atendido, e que acredita que deve elogiar na mesma medida. Mais: não atendo a um pedido do meu editor e o Tribuna não está faturando nada com isso. Picuinhas mortas no ninho, seguem as empresas exemplares:
1) Magic Hall: estive neste buffet infantil em dezembro passado, na comemoração do aniversário do João Francisco, filho dos meus amigos Fred Nuti e Fabíola Paro. Festas infantis sempre foram consideradas por mim uma obrigação sofrida. Não são mais. Esta empresa se preocupa com todos os detalhes. As instalações são planejadas, funcionais e de muito bom gosto. Para as crianças, um verdadeiro parque de diversões com quadra de futebol, barco viking, carrossel, touro mecânico e outros módulos que enlouquecem até os avós. Os pais podem ficar despreocupados: há funcionários aos montes pelo andar do parque, ao qual a garotada chega por um escorregador em espiral. O grande mérito deste buffet é perceber que festa de criança também é festa de adulto. No mezanino, de onde se vê todos os brinquedos, há uma choperia como poucas na nossa terra do chopp. Ar-condicionado por todos os lados, música ambiente até nos banheiros, gerador próprio com capacidade para manter a festa até o fim, se a CPFL pisar na bola. O mais importante: atendimento impecável.
2) Brasil Salomão & Matthes: não preciso escrever muito sobre o renomado escritório de advocacia. A revista Exame já o fez. A empresa comandada pelo Dr. Brasil Salomão está entre as melhores do país para se trabalhar. Se os funcionários estão contentes, você pode imaginar como eles atendem os clientes.
3) Restaurante Travessa: fica no centrão de Ribeirão e isso, normalmente, é sinônimo de comida perigosa e instalações no mínimo desconfortáveis. O Travessa é o contrário: organizado e confiável. Espaço, embora simples, perfeito para almoços rápidos. O cardápio é bem variado, servido num sistema de self service bem econômico. Numa cidade como Ribeirão, o ambiente climatizado faz toda a diferença para as centenas de trabalhadores e estudantes que comem ali diariamente, sem tumulto. É a prova de que é possível oferecer qualidade em setores com tíquete médio baixo.
Detalhe importante: as empresas citadas não são as mais caras do mercado, e, mesmo quando cobram um pouco acima da média do mercado, compensam esse investimento do cliente com vantagens significativas. Está provado, com exemplos, que existem alternativas às Empresas Creolina. Cabe a você, consumidor, definir se quer o “que dá para o gasto” ou aquilo que quem paga merece receber: nada menos que o melhor. O preço, ao fim, é o mesmo.
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