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Artigos-->O filho do carteiro -- 07/02/2009 - 13:12 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O deputado federal Edmar Batista Moreira (DEM-MG), 59, filho de um carteiro e professora primária, demorou 10 anos para construir um castelo no distrito de Carlos Alves, vilarejo de pouco mais de 1.000 habitantes e 300 casas, no município de São João Nepomuceno, a 70 quilômetros de Juiz de Fora.

Para entrar no castelo é necessário percorrer uma estrada sinuosa de quatro quilômetros e atravessar um quintal de oito milhões de metros quadrados e, só depois chegar à porta principal.

Durante o trajeto o visitante verá, ao longo do caminho, centenas de postes metálicos que suportam luminárias e caixas de som. O castelo tem oito torres e a mais alta delas foi construída com 47 metros de altura, e é onde fica a suíte principal, com 110 metros quadrados. São quase trezentas janelas feitas com madeira sucupira.

Existem 32 suítes e cada uma delas tem sala de estar, closet, quarto e banheiro. As escadarias são de granito escuro. O castelo conhecido como Monalisa possue ainda uma cozinha industrial que supre 200 pessoas, dois elevadores, sistema de aquecimento central, um anexo de lazer com sauna, salão de jogos, de ginástica e uma capela. Existe ainda uma adega climatizada na qual cabem oito mil garrafas.

O deputado Edmar Moreira foi criado com mais oito irmãos. Influenciado pelo pai, ingressou na Polícia Militar e chegou ao posto de capitão. Sua carreira militar foi interrompida por um episódio que escandalizou a elite de Juiz de Fora. Em 1968, durante uma festa de réveillon no Clube D. Pedro II, ao saber que um rapaz havia se engraçado com sua mulher, Edmar Moreira foi buscá-lo em casa. Ele obrigou o moço a entrar de pijama na festa, escoltado por policiais, e humilhou-o na frente de todos. Acusado de abuso de autoridade, o capitão foi punido e afastado da ativa. Três anos depois, formou-se em direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora.

Com o diploma, Moreira mudou-se para São Paulo, onde fundou uma empresa atuante na área de segurança. Começou a enriquecer e hoje tem três no ramo. Segundo um dossiê elaborado por um adversário e entregue anonimamente no ano passado à Polícia Federal e ao ministro da Previdência, Waldeck Ornélas, o enriquecimento de Moreira foi impulsionado por algumas falcatruas. O relatório garante que o ex-capitão não pagou o FGTS de seus empregados e sonega imposto de renda, INSS e ISS. O dossiê revela ainda que suas empresas mantêm um endereço de fachada em Pilar do Sul, interior de São Paulo, para escapar da tributação da prefeitura paulistana.

Edmar Moreira foi eleito duas vezes como deputado federal. A primeira pelo PRN de Fernando Collor de Mello e a segunda pelo PPB de Paulo Maluf. Apresentou cinco projetos, um deles propondo aumento de salário aos policiais militares.

Além do castelo, Edmar é dono de um apartamento triplex no bairro de Higienópolis, em São Paulo, onde mora; de uma mansão no Guarujá, no litoral paulista; de outra mansão em Coronel Pacheco, terra de Júlia Fernandes, sua esposa, e de vários imóveis em Juiz de Fora. Nenhum dos imóveis, porém, é motivo de tanto orgulho e zelo por parte do deputado quanto seu castelo.

O deputado não permite que o fotografem. Os incautos que se aproximam são expulsos pelos seguranças e, com freqüência, têm os filmes confiscados. Na sua grandeza Moreira pensa como imperador, mas age como coronel do sertão.









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