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Artigos-->Um meia-armador com urgência! -- 13/02/2009 - 12:12 (Carlos Claudinei Talli) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Um meia-armador com urgência!

Carlos Claudinei Talli



Dia destes me veio à mente a seguinte questão: desde quando a seleção brasileira não joga com um meia-armador autêntico, aquele jogador que pensa o jogo, imprime o ritmo certo no momento certo, tornando-o inteligente?



Acessei os meus alfarrábios sobre futebol, voltei no tempo, e uma Copa do Mundo me chamou a atenção: Mundial de 1978. Naquela Copa, o então ponta esquerda Dirceu, na ausência do contundido Roberto Rivelino, assumiu a função de meia-armador, cadenciou o jogo e, juntamente com o Jorge Mendonça (meia-ofensivo), transformou aquele Brasil confuso dos primeiros jogos, no campeão moral (se não fosse aquela ‘peruada da Argentina) do torneio.



Antes de 1978, tivemos o genial Didi em 1958 e em 1962, o Gerson em 1966 e 1970 e o Rivelino em 1974. Em 1982, jogamos sem um meia-armador de ofício, mas os monstros sagrados Sócrates e Zico se revezaram na função. Um jogador muito bom se destacava no futebol brasileiro daquela época, o Zenon, inclusive, companheiro do Sócrates no Corinthians, que já tinha sido campeão paulista no ano anterior. Se tivéssemos contado com ele naquele meio de campo, talvez no lugar o talentoso Toninho Cerezo, que, apesar da sua enorme qualidade, imprimia sempre um ritmo alucinante às partidas, talvez o resultado daquele jogo contra a Itália, o fatídico ‘ desastre do Sarriá’, tivesse sido outro.



Após 1982, nenhuma outra seleção brasileira contou com um jogador especialista na posição. Nem o Valdo em 1990, que era um excelente jogador de meio de campo, mas carregava a bola em demasia, nem o também carregador de bola Zinho (1994) foram esse tipo de jogador cerebral. Em 1998, inventaram o bom lateral esquerdo Leonardo na posição, um jogador canhoto que, para não embolar o jogo na meia-esquerda com o atacante Rivaldo, caiu para a meia direita, e se deu mal. Em 2002, apesar do título conquistado pela família Scolari, na Ásia, também jogamos sem um meia-armador cerebral. Em 2006, eu nem preciso lembrar, pois é um fato bastante recente. Nem o Ronaldinho Gaúcho nem o voluntarioso Kaká fizeram essa função.



Tudo o que escrevi acima teve o objetivo de chamar a atenção do leitor para um fato emblemático. Eu nunca vi um grande esquadrão de futebol, tanto no Brasil como no futebol internacional, em todos os tempos, que tenha prescindido de um meia-armador de ofício. O que aconteceu com o Brasil em 1958, em 1962 e em 1970, quando tivemos esse tipo de jogador cerebral, se repetiu com a Hungria do sensacional Puskas em 1954, e com a Holanda do inteligentíssimo Johan Cruyf em 1974. Agora vem a pergunta que não quer se calar. Será que nesses últimos 30 anos não tivemos nenhum jogador que pudesse exercer essa importantíssima função?



É claro que tivemos e... Temos! Eu já citei o excelente Zenon em 1982. Mais recentemente, no mínimo desde 1995-1996, surgiu um jogador que exerceu a função com uma produtividade impressionante, e também não foi aproveitado, nem pelo Zagallo, nem pelo Felipão, nem pelo Parreira. Eu estou falando de um atleta que nos últimos sete anos foi considerado o melhor jogador do futebol francês, e que levou um time pequeno que nunca tinha sido campeão, a conquistar sete títulos consecutivos. Sim, caro leitor, estou me referindo ao excelente Juninho Pernambucano. Campeão Brasileiro e da Libertadores pelo Vasco, e heptacampeão francês pelo Lyon. Na nossa modesta opinião, ele deveria ter sido o titular do Brasil de 1998 a 2006, no mínimo. No entanto, não foi nem relacionado para disputar as Copas de 1998 e 2002, e em 2006 foi vergonhosamente preterido pelo nosso Parreira velho de guerra.





É lógico que, agora, em final de carreira, o Juninho Pernambucano não tem mais condições de jogar na nossa seleção. Mas, o seu exemplo, de péssimo aproveitamento de um excelente jogador da posição pelos nossos ‘treineiros’, deveria estar na cabeça de qualquer pretendente a técnico do nosso selecionado, inclusive do Dunga, o atual.



Sem um meia-armador autêntico, que pense o jogo, o futebol se torna um jogo mecânico, chato e burro.



Quando eu estava com esses pensamentos em minha cabeça, aconteceu o jogo da última terça-feira, contra a Itália, e, para surpresa de todos, e minha também, o Ronaldinho Gaúcho, contra todas as expectativas, desempenhou com maestria a função do jogador cerebral, do autêntico meia-armador. Será que, motivado, fisicamente bem, e prestigiado pelo técnico e pelos companheiros de equipe, não está bem aí na nossa cara a solução para esse problema fundamental?



Um outro nome a ser lembrado, pelas suas enormes qualidades técnicas, e por estar jogando como meia-armador no atual São Paulo, é o Ernanes. Como vocês vêem, não faltam opções, mas, às vezes, como amiúde acontece neste nosso pobre país rico, falta vontade política para resolver os problemas, tanto na nossa política, como no nosso futebol...



Com a palavra os nossos ‘treineiros’ velhos de guerra. Afinal, eles ganham muito bem pra isso...



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