Às vezes me vejo remando
pelos salões, através de pessoas
e penhoras, desarmado e pobre
entre senhoras e cavalheiros vou
E quando me perco à maré
volto-me a você, às bóias
e sinais que são seus olhos
- flâmulas tramejantes, marcos
de referência na minha vida
à deriva
A minha vontade, nessa hora,
era guardar em um pote de vidro
esse lume infinito. Acar-iciar
sua pele de bonança, raptar
a carne mansa e levá-la comigo
para aqueles mares estranhos
onde vivo.
|