penetra-me com a violência benigna
do teu ardor: impregna este corpo
com o teu fogo de mil luas acesas...
vem e experienta em mim a tua liberdade
conjuga as vogais do meu silêncio,
empresta vigor ao meu desejo, voa:
oceânica e livre, percorre a doçura
do meu abandono, sê foz e fonte,
sede e ambrósia, néctar da voracidade:
misturemos o nosso corpo na alquimia
da loucura da doação, os nossos membros
deixem de ter dono: tudo seja livre...
vem e penetra-me minha amante esplendorosa:
constrói-me janelas no corpo, debruça
o teu olhar no horizonte que me despertas!... |