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Artigos-->Israel - Guerra contra o Hamas - dezembro de 2008 -- 23/02/2009 - 11:32 (edson pereira bueno leal) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


ISRAEL – GUERRA CONTRA O HAMAS EM DEZEMBRO DE 2008 Prof. Edson Pereira Bueno Leal , fevereiro de 2009 .





CONSOLIDAÇÃO DO HAMAS



Ao contrário do que esperavam Israel e os Estados Unidos, os moradores da Faixa de Gaza não se revoltaram contra o grupo e a autoridade do Hamas se espalhou por todos os aspectos da vida , incluindo o Judiciário .

Amaldiçoar a Deus em público , algo muito comum nesta faixa de terra sob cerco , agora pode levar à prisão . Beijar em público também . Um juiz determinou que um banco não poderia cobrar juros sobre uma dívida de dez anos, porque o Islã proíbe a usura .

Gaza sempre foi pobre a piedosa , diferente da Cisjordânia mais secular e próspera . Um ano de governo do Hamas aprofundou estas características . Mais mulheres andar cobertas, mais homens usam barba , sites da Internet são filtrados e manifestações de outros grupos estão na maior parte banidas.

A dominação do Hamas há um ano não foi um golpe pois o Hamas estava forte , enraizado na sociedade palestina e o Fatah estava fraco e corrupto . Mesmo os que detestam o Hamas , dizem que há mais segurança . Segundo Eyad Serraj, psiquiatra formado no Reino Unido , “ O Hamas é brutal , mas muito eficiente . Eles estão distribuindo vales de gás . Eles obrigaram as pessoas a pagar para registrar seus carros e a pagar as contas de luz, o que por anos todos se recusavam a fazer. A cidade e os hospitais estão mais limpos “ . ( F S P , 16.06.2008 , p. A-10) .



TRÉGUA COM O HAMAS



Em 19 de junho de 2008 , sob mediação do Egito, Israel e o Hamas acertaram uma trégua por seis meses , até 19 de dezembro .



FIM DA TRÉGUA COM O HAMAS



Em 5 de novembro um ataque aéreo preventivo de Israel na Faixa de Gaza , para destruir um túnel supostamente construído pelo Hamas para seqüestrar soldados israelenses, gerou reação do grupo que voltou a disparar foguetes contra Israel .

A ministra das Relações Exteriores de Israel , Tzipi Livni , deu em 7 de dezembro por encerrada a trégua com o Hamas e instou o ministro da Defesa , Ehud Barak , a “atuar” , em vez de negociar a extensão do acordo que vence em 19 de dezembro . A trégua tem sido abalada pelo lançamento de foguetes contra o território israelense e pela ação de Israel contra militantes islâmicos em Gaza . Israel apertou o cerco ao território , dificultando a passagem de suprimentos , que tem sido contrabandeados de túneis cavados na fronteira com o Egito . ( F S P , 8.12.2008 , p. A-10) .

O líder do Hamas no exílio , Khaled Meshaal , que vive na Síria disse a uma televisão sediada no Líbano “ Levando-se em conta que o inimigo não respeita seus compromissos e mantém o assédio contra o nosso povo , a trégua acaba no dia 19 e não será renovada “ . ( F S P , 15.12.2008 , p. A-14) .

No dia anterior ao fim da trégua, um porta-voz do Hamas afirmou “Não há possibilidade de renovação da trégua com Israel . O inimigo sionista a destruiu . Temos agora o direito de responder a qualquer agressão sionista contra o povo palestino “ ( F s P , 19.12.2008 , p. A-10) .



SITUAÇÃO DOS PALESTINOS NA FAIXA DE GAZA



Mais de 90% dos 1,5 milhão de habitantes do território são pobres e metade da população ativa não tem renda fixa . Dois terços dos cerca de 110 mil empregos que existiam no comércio desapareceram nos últimos anos . O bloqueio de 2007 acirrou a crise . Das 3.900 empresas locais de 2005 , sobraram menos de 200 .

Com o colapso do sistema de esgotos , os dejetos acabam sendo despejados no mar , tornando insalubres as praias mediterrâneas e aniquilando a fonte de lazer preferida da juventude local .Só há eletricidade durante metade do dia . Calcula-se que 80% dos moradores atuais sejam membros de famílias antes estabelecidas no que viria a ser Israel . Gaza após os acordos de Oslo em 1993 viveu seus melhores momentos . Hotéis foram construídos no calçadão à beira mar e investimentos foram feitos em agricultura e pesca . O novo Parlamento e alguns ministérios da recém criada ANP ali se instalaram . Um novo aeroporto foi inaugurado em 1997 . A circulação era livre entre Gaza e a Cisjordânia .

A situação se degradou com a Segunda Intifada em 2000 . Israel apertou o cerco e isolou os territórios ocupados . O Hamas se fortaleceu, graças a uma extensa rede de amparo social . Ganhou as eleições e expulsou o Fatah e o confronto total com Israel levou à atual situação que não para de piorar . ( F S P, 4.1.2009 , p. A-12) .





ATAQUE AO HAMAS DEZEMBRO DE 2008



26 de dezembro



Em 26 de dezembro Israel abriu passagens da fronteira com Gaza para a entrada de ajuda humanitária, após 18 meses de bloqueio, em uma tentativa de estender a trégua .Mesmo assim o, o Hamas preferiu retomar as hostilidades abertas e aumentou o número de foguetes disparados contra o sul de Israel .

Para o historiador Benny Morris , os israelenses saíram unilateralmente da Faixa de Gaza em 2005 e os palestinos em três anos e meio falharam em demonstrar sua capacidade de gerir o próprio estado . “Eles preferiram investir na construção de túneis e no contrabando de armas , a financiar um bom governo para a população palestina . “ Com isso as condições de vida na Faixa de Gaza continuaram miseráveis. Metade dos trabalhadores está sem emprego e sete em cada dez dependem de doações internacionais para se alimentar e a ajuda minguou depois da vitória do Hamas nas eleições de 2006 . ( Veja, 14.01.2009, p. 56) .



27 de dezembro



Em 27 de dezembro de 2008 respondendo ao ataque de mais de 200 foguetes do Hamas , após o fim da trégua , Israel iniciou forte ofensiva contra a Faixa de Gaza , disparando cerca de cem bombas contra alvos do Hamas e matando ao menos 225 pessoas , ferindo cerca de 700 e destruindo postos policiais do Hamas , ( F s P , 28.12.2008 , p. A-11) ,

O Centro de Inteligência do Hamas no norte da Faixa de Gaza foi destruído e 80 foram mortos em uma cerimônia na Academia de Polícia .

Em nota , a secretaria de Estado americana “Condoleeza Rice afirmou “Os EUA condenam fortemente os repetidos ataques de foguetes e morteiros contra Israel e considera o Hamas responsável pelo fim do cessar-fogo e pela retomada da violência em Gaza . O cessar-fogo deve ser restaurado imediatamente . os EUA pedem a todos os envolvidos que atentem para as necessidades humanitárias urgentes do povo inocente de Gaza.” ( F S P , 28.12.2008 , p. A-12) ,.

Apesar da ofensiva, o poder de fogo do Hamas não foi neutralizado , Pelo menos 80 foguetes foram disparados contra Israel em dois dias , alguns com alcance superior ao demonstrado até agora .

Foram destruídos mais de 40 túneis na fronteira com o Egito e foi destruído o principal complexo de segurança do Hamas , que inclui um presídio . O exército prepara uma invasão terrestre .

Para analistas israelenses , o objetivo principal da ofensiva contra Gaza é estabelecer um novo cessar-fogo em condições desfavoráveis para o Hamas . ( F s P , 29.12.2008 , p. A-8) .



29 de dezembro



Em 29 de dezembro , o ministro da Defesa , Ehud barak , disse que Israel está em “guerra total” com o grupo fundamentalista Hamas e confirmou que uma ação por terra poderá ser o próximo passo . Foram atacados a Universidade Islâmica , o Ministério do Interior e as casas de dois dos principais comandantes militares do Hamas . O Hamas continuou laçando foguetes , sendo que um deles matou uma pessoa e feriu 14 em Ashkelon e outro matou uma mulher em Ashdod . Outros atingiram Eshkol, Netivot e Siderot . O número de mortos em Gaza subiu para 350, 1.500 feridos e quatro mortos em Israel . ( F s P , 30.12.2008 , p. A-9) .



31 de dezembro



Em 31 de dezembro o governo de Israel rejeitou uma proposta de cessar fogo humanitário de 48 horas com o Hamas, feita na véspera pela França . Os EUA mantiveram o apoio incondicional a Israel . O porta voz Gordon Johndroe disse “ O presidente Bush acha que o Hamas precisa parar de disparar foguetes , e que esse será o primeiro passo para um cessar-fogo .”

Israel afirma já ter neutralizado todas as instalações do Hamas para a produção de foguetes e a Força Aérea atacou uma mesquita sob a alegação de que o grupo palestino estocava lá parte de seu arsenal . ( F S P , 1.1.2009 , p. A-10 ) .

Em 31 de dezembro mais 2.500 toneladas de alimentos e medicamentos cruzaram a fronteira em 93 caminhões . Os caminhões descarregam os suprimentos em um pátio cercado por muros de seis metros de altura . Em seguida, todos os funcionários deixam o local e os portões do lado israelense são fechados e os do outro lado se abrem para que os palestinos recolham os produtos . .

Para Aaron David Miller , autor de “The Much too Promised Land “ , o ataque israelense “vai reduzir uma perspectiva [ de paz ] já muito pequena para perto de zero .” E isso por três razões principais “ A primeira é um movimento nacional palestino dividido . Mesmo se o Hamas ficar enfraquecido , isso significará que Abbas agora será capaz de impor uma posição negociadora? Duvido . A segunda são os temas da negociação em si , Jerusalém, fronteiras, segurança. Há diferenças enormes entre os dois lados em cada uma dessas questões . A terceira é a própria indecisão de Israel . O país vota em fevereiro e não há consenso sobre o preço a pagar por um acordo . ( F S P , 1.1.2009 , p. A-12) .



1 de janeiro



Em 1 de janeiro de 2009 a casa de Nizar Rayan, foi atingida por uma bomba de uma tonelada que o matou e outras 18 pessoas , incluindo suas quatro mulheres e nove de seus doze filhos . Professor de direito islâmico , responsável pela coordenação entre os braços político e militar do Hamas , era um dos dirigentes mais radicais do grupo e o primeiro alto dirigente do grupo atingido na ofensiva .

Na cidade de Gaza foram atingidos o Ministério da Justiça , Assembléia Legislativa, Prédio da Defesa Civil e Ministério da Educação . Mesmo assim , mais de 50 foguetes foram lançados pelo Hamas contra o sul de Israel, atingindo as cidades de Ashdod, Ashkelon e Be’er Sheva .

Com o avanço da ofensiva aérea os alvos a serem atingidos estão praticamente esgotados e os líderes do Hamas estão em abrigos , daí crescer a expectativa por uma operação terrestre , mesmo que limitada .

A chanceler de Israel , Tzipi Livni afirmou em Paris “ Nós atingimos a maior parte da infraestrutura do terror na faixa de Gaza e estamos avaliando diariamente se o que fizemos é suficiente . “ Ela afirmou também , “Não há crise humanitária em Gaza , e portanto não há necessidade de trégua humanitária “. ( F s P , 2.1.2009 , p. A-8) .

Adrian Hamilton , analisando os motivos da operação assinala que para os líderes israelenses o momento era correto pois há uma eleição programada para fevereiro , e o líder da oposição, o arquifalcão Binjamin Netanyahu está na dianteira das sondagens de voto e Barak , ministro da Defesa e líder do Partido Trabalhista e , a chanceler Tzipi Livni , líder do Partido governista Kadima não querem perder a eleição e precisam mostrar força. Por sua vez, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas , também em final de mandato , vê com bons olhos o enfraquecimento do Hamas . Abbas afirmou “ Nós alertamos o Hamas para as conseqüências e pedimos que não violassem a trégua . Se tivessem nos atendido teríamos evitado essa desgraça” . ( Veja, 7.1.2009 , p. 39) .,

No plano internacional, o presidente George W. Bush está em fim de mandato e é melhor fazer alguma coisa antes da posse de Barak Obama , que seguramente será menos favorável a Israel do que Bush . Para o Hamas um confronto violento tem seus atrativos , pois quanto mais duro Israel ataca o movimento , mais enfurecida fica a população do território e mais solidariedade é despertada nos países muçulmanos. ( F S P , 2.1.2009, p. A-9) .

O confronto entre Israel e o Hamas atende a uma lógica tribal , olho por olho e dente por dente. A cada ataque corresponde uma resposta . O desejo de destruição é mútuo e a resposta pode ser perfeitamente desproporcional á ação . Na linguagem diplomática Israel está fazendo o uso desproporcional da força , mas na lógica tribal , é autodefesa , perfeitamente admissível e moralmente justificável .

O disparo de foguetes Qassam e Katyusha contra Israel aumentou acentuadamente em 2008 .Foram 4 em 2001, 35 em 2002, 155 em 2003, 281 em 2004, 179 em 2005, 946 em 2006, 896 em 2007 e 1386 em 2008 . Rudimentares , os Qassam pode atingir a até 12 quilômetros e os Katyusha 40 quilômetros , não tem precisão , mas mantém os moradores das cidades israelenses em permanente estado de alerta pois o tempo para se abrigar após a sirene é de menos de um minuto .

Conforme assinala Bernard-HenriLévy “ o fato de que os mísseis Qassam e agora Grad do Hamas tenham provocado tão poucas mortes não prova que são artesanais , inofensivos, nem nada assim , mas sim que os israelenses se protegem, vivem em cavernas de seus edifícios , em abrigos, uma experiência fantasmagórica, suspensa , em meio ao som das sirenes e explosões . Já estive em Sderot ; sei do que falo . ( F s P, 12.01.2009, p. A-10) .

Já a ofensiva de Israel utiliza tecnologia de ponta . Caças F-16, em sua versão mais moderna , o Block 60 , mísseis Popeye 4 com câmera no “nariz” e com trajeto determinado por estação em terra e o satélite Ofek 7 , que fotografa a região a cada 90 minutos . ( Veja, 7.1.2009 , p.54-55) .

Para o canandense Mark Heller , pesquisador do Instituto de Estudos de Segurança Nacional , da Universidade Tel-Aviv, “Eles [Hamas] se recusam a negociar . Para isso , seria preciso que renunciassem ao terrorismo e reconhecessem o direito de Israel a existir, o que é totalmente improvável “ . (Veja, 7.1.2009 , p. 59) .

A ação terrestre em preparação não contava com a unanimidade entre p governo e o Exército , devido ao alto risco de baixas entre soldados que ela implica . A alta densidade populacional de Gaza, significa o aumento do número de civis mortos . Por outro lado , só a infantaria seria capaz de eliminar a capacidade de lançamento de foguetes do Hamas , pois apesar de sete dias de bombardeios, pelo menos 350 foguetes foram lançados de Gaza, matando quatro pessoas em Israel . ( F S P , 3.1.2008 , p. A-7) .



3 de janeiro



Em 3 de janeiro o exército de Israel invadiu a Faixa de Gaza em nova fase da ação militar . O objetivo é controlar as áreas onde extremistas disparam foguetes e ampliar a destruição da infraestrutura do Hamas .

Os primeiros tanques e soldados israelenses entraram no território palestino por volta de 19 hs , depois de a artilharia ter entrado em ação pela primeira vez em ataques na fronteira. ( F S P , 4.1.2009 , p. A-11) ,.

A situação da população na Faixa de Gaza agravou-se acentuadamente com o conflito . Segundo dados da Gisha , Ong humanitária israelense há corte de energia em 75% da faixa de Gaza e 48 dos 130 poços da região não operam por falta de energia , deixando mais de 500 mil pessoas sem água .A situação nos hospitais é caótica . ( F S P , 6.1.2008 , p. A-7) .

Conforme assinala Tobias Buck , do Financial Times , “ O movimento islâmico entrou nesse conflito não só em posição de imensa inferioridade militar como também com poucos amigos entre os principais governos árabes . Pior , o Hamas ofendeu seu único vizinho árabe , o Egito, ao rejeitar a iniciativa do Cairo para reconciliá-lo com seus rivais do laico Fatah, no ano passado “...Para Mokhemra Abu Saada , professor de ciências políticas da Universidade Al Azhar , em Gaza, “ no final desta guerra , o Hamas terá de decidir se deseja ser um movimento de resistência ou um grupo político . Quando o Hamas venceu as eleições parlamentares , declarou que conseguiria combinar os dois . Mas passados três anos , ninguém diria que o Hamas obteve sucesso nessa combinação “( F S P , 6.1.2008 , p. A-8) .

Para Shlomo Bem Ami, ex-chanceler ( 2000-2001), no governo Ehud Barak, “Israel não pretende destruir o Hamas politicamente , mas militarmente . A meta é criar uma nova realidade para impedir que o grupo tenha tantas armas como antes .Qualquer solução deve incluir, além de um cessar-fogo: 1) monitoramento para um controle rigoroso da fronteira Gaza-Egito ; 2) fim do uso de Gaza como base de lançamento de mísseis contra o território israelense ; 3) troca de prisioneiros “( F S P , 6.1.2008 , p. A-8) .

Com ele concorda o professor Eyal Zisser , , diretor do Centro Moshe Dayan de Estudos do Oriente Médio , da Universidade Tel Aviv , “ Reocupar a Faixa de Gaza é possível , as isso não interessa a Israel . O objetivo da ofensiva é obter um acordo de cessar-fogo, como no Líbano [em 2006] , para colocar um fim ao disparo de foguetes . Isso incluiria algum tipo de supervisão internacional que impeça o disparo de foguetes e também controle a fronteira de Gaza com o Egito , para não permitir a entrada de armas . Para ele , “no Líbano , o Hizbollah sofreu grandes perdas . Grupo nenhum escapa ileso de mais de um mês de ataques . Foi enfraquecido, mas conseguiu vender a idéia de que ficou mais forte . Na situação atual de Gaza, deve acontecer a mesma coisa; aconteça o que acontecer , o Hamas cantará vitória “( F S P , 6.1.2008 , p. A-10) .

Para o cientista político Bashir Bashir , “ o discurso israelense que pretende fazer de Abu Mazen um líder popular é infundado . Ele ofereceu a Israel uma tranquilidade quase total na Cisjordânia e está cooperando com os israelenses , inclusive na segurança . O que obteve em troca dessa cunmplicidade e coordenação ? Nada . Israel não removeu nenhum dos 400 postos de controle na Cisjordânia . Continua atacando em Nablus, Jenin e Ramallah e expandindo os assentamentos ilegais . ( F S P , 6.1.2008 , p. A-10) .



5 de janeiro



Em 5 de janeiro de 2009 , 10º dia da ofensiva , tanques se posicionaram nos dois lados da cidade de Gaza, dominando a região de Zeitoun, fechando a rodovia e cortando o território em dois, na altura da passagem de Kami . O objetivo é evitar a movimentação de armas do sul , onde estão os principais arsenais , para o norte . Além de Gaza, a cidade de Beit Hanoun , também foi cercada .

Mesmo assim , pelo menos 32 foguetes foram lançados de Gaza contra o sul de Israel . Um deles atingiu em cheio uma casa de Sderot , cidade a pouco mais de um quilômetro da fronteira . ( F S P , 6.1.2008 , p. A-6) .



6 de janeiro



Em 6 de janeiro 11º dia da ofensiva ataques israelenses deixaram 43 mortos e 53 feridos na escola Al Fakhora , mantida pela ONU no campo de refugiados de Jabaliya, no norte de Gaza . Segundo o Exército de Israel os ataques foram desferidos em reação a disparos feitos da escola por militantes do Hamas, que estariam usando civis como “escudos humanos”. Foi o mais letal incidente isolado da guerra desde o seu início .

Uma investigação do exército israelense concluiu que houve erro no ataque Segundo a investigação , forças de Israel atiravam contra militantes do Hamas que operavam perto da escola , e não dentro como afirmaram inicialmente , e que haviam acabado de lançar um foguete . Os israelenses responderam com o disparo de três morteiros , mas um deles errou o alvo em quase 30 metros e caiu perto da escola matando os civis que se abrigavam ali . ( F S P , 12.01.2009, p. A-11) .

Maxwell Gaylord coordenador humanitário da ONU em Jerusalém , desmentiu a informação divulgada pelo Hamas de que as bombas teriam atingido diretamente a escola . “ Quero esclarecer que a explosão da bomba e as mortes que ela produziu ocorreram foram da escola , e não dentro dela” . ( Veja, 11.02.2009, p. 53) .

Cerca de quatro soldados israelenses foram mortos em Gaza por “fogo amigo”., por disparos de tanques israelenses . Cerca de seis soldados israelenses morreram desde o início da incursão . Mesmo assim mais pelo menos 34 foguetes foram disparados de Gazae um deles atingiu a cidade de Guedera , a cerca de 40 km de TelAvis . O número de palestinos mortos desde 27 de dezembro , chegou a 660 , pelo menos 250 civis .( F S P , 7.1.2009 , p. A-7) .

Na cidade de Sderot , a pouco mais de 1 km da Faixa de Gaza um museu logo na entrada abriga centenas de foguetes de variados alcances disparados pelo Hamas . Desde 2001 , mais de 7.000 foguetes atingiram a cidade , deixando oito mortos, centenas de feridos e milhares em permanente estado de alerta pois o tempo entre o alarme e o impacto do foguete é de 15 segundos . Centenas de pessoas estão acometidas da SPT – Síndrome Pós-Trauma, segundo a assistente social Judith Bar-hor “ são crianças e adultos que perdem a capacidade de concentração , que desenvolvem distúrbios alimentares e até problemas cardíacos “ . ( F s P , 7.1.2009 , p. A-10) .



7 de janeiro



Em 7 de janeiro Israel diminuiu a intensidade dos ataques contra o Hamas e começou a considerar um plano de cessar-fogo articulado pelo Egito e França .

Depois de oito dias de intenso bombardeio aéreo , seguido de invasão por terra, a terceira fase , prevê o aprofundamento da incursão , incluindo a entrada nos centros urbanos de Gaza . Por enquanto as tropas israelenses mantém-se no entorno das cidades . Os ataques aéreos no sul do território foram mantidos

Para o ministro da Defesa , Ehud Barak, já foram alcançados objetivos militares suficientes em Gaza para que seja estabelecida uma trégua em condições favoráveis . Outros , como o vice-premiê Haim Ramon , defendem a ampliação da incursão terrestre “ Já obtivemos enormes avanços com esta ofensiva , mas acho que será um erro estratégico continuar convivendo com o Hamastão , um encrave do Irã no sul do país” .

Já foram bombardeados todos os postos policiais , todas as bases e 15 campos de treinamento do Hamas , praticamente todos os ministérios , estrutura portuária , mesquitas , escolas , residências . O número de mortos chegou a 700 do lado palestino e 10 israelenses . ( F s P , 8.1.2009 , p. A-10) .

O plano egípcio de trégua não prevê o envio de monitores para a fronteira entre Gaza e o Egito que é uma das principais reivindicações israelenses e refere-se a grupos palestinos de forma genérica como interlocutores de Israel no conflito

Para Thomas L Friedman , na luta pela hegemonia do mundo árabe “ o que é novo é o fato de o Irã , não-árabe, buscar a primazia desafiando Egito e Arábia Saudita . Teerã usa sua ajuda militar ao Hamas e ao Hizbollah para criar uma força com foguetes nas fronteiras norte e oeste de Israel , o que lhe possibilitar suspender e reiniciar o conflito israelo-palestino quando quiser e retratar-se como o protetor dos palestinos , em oposição aos regimes árabes fracos . “ ( F S P , 8.1.2009 , p. A-12) .



8 de janeiro



A Onu decidiu suspender a entrega de ajuda humanitária aos palestinos de Gaza, depois de um motorista de um dos caminhões de suprimentos ter sido morto em um ataque israelense na área da fronteira . Já o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, acusou Israel de barrar a ajuda aos feridos e de criar “ cenas chocantes “ de crise humanitária , entre elas a de crianças enfraquecidas pela falta de alimentos ao lado sos corpos de seus pais . Em um comunicado a organização criticou Israel por ter “fracassado em cumprir com suas obrigações sob a lei humanitária internacional de cuidar dos feridos e remover os mortos “.A ajuda foi retomada no dia seguinte , depois que Israel deu garantias de segurança .

Israel autorizou a saída de quase 300 pessoas com passaporte estrangeiro e suspendeu pelo segundo dia consecutivo os ataques por 3 horas para permitir a entrada e a distribuição da ajuda humanitária .

Pelo menos 16 foguetes foram disparados contra Israel , um número bem menos que os 70 do primeiro dia .

Para Nicholas D. Kristof, do “New York Time” , “ o direito israelense a fazer alguma coisa não inclui fazer qualquer coisa . Desde que os ataques de artilharia na Faixa de Gaza foram iniciados , em 2001 , 20 israelenses morreram em explosões de foguetes ou morteiros , segundo grupos israelenses de direitos humanos . Isso não justifica uma invasão terrestre aberta que causou a morte de mais de 670 pessoas . O que Israel poderia ter feito como resposta razoável? Bombardear os túneis pelos quais armas são contrabandeadas para Gaza seria uma resposta proporcional , caso Israel se tivesse limitado a isso , e o mesmo vale para ataques aéreos contra determinados alvos do Hamas .Uma abordagem ainda melhor teria sido aliviar o cerco a Gaza e talvez criar um ambiente no qual o Hamas poderia ter aceitado prolongar o cessar-fogo expirado em dezembro . ( F S P , 9.1.209 , p. A-11) .

Disparos de três mísseis do Líbano que atingiram a cidade de Naharia , no norte do país abriram a possibilidade de uma segunda frente de guerra . Um deles acertou um asilo , deixando duas pessoas feridas . A suspeita é que os autores sejam membros da Frente Popular para a Libertação da Palestina – Comando Geral , um grupo radical secular com base na Síria . O Hizbollag garantiu que nada tem a ver com os disparos .

Reportagem da israelense Amira Hass, especialista em temas palestinos , publicada no jornal “Haaretz”, assinala que o Hamas executou entre 40 e 80 pessoas que supostamente eram “colaboradores de Israel” no território . ( F S P, 9.1.2009, p. A-12) .

Sessão do Conselho de Segurança da ONU aprovou por 14 votos a zero o pedido de um cessar fogo imediato , mas os EUA preferiram se abster , alegando que os termos de uma trégua ainda estão sendo negociados sob a intermediação do Egito .

O texto pede um cessar-fogo imediato duradouro e integralmente respeitado , que leve à completa retirada das forças israelenses de Gaza . Assinala a intensificação dos esforços para garantir condições da manutenção do cessar-fogo, incluindo a prevenção do tráfico de armas e a abertura das passagens . Grande preocupação com a escalada da violência e a crise humanitária no território . Condenação da violência e das hostilidades contra civis . Manutenção do fluxo regular de bens e pessoas pelas passagens . Esforços internacionais e livre acesso para a provisão de ajuda humanitária no território . Incentivo a “passos tangíveis “ que visem à reconciliação entre os grupos palestinos . Esforços para o estabelecimento de uma paz fundada em “dois Estados democráticos , Israel e Palestina , lado a lado .”( F S P , 10.01.2009, p. A-10) .



9 de janeiro



Em 9 de janeiro o governo israelense e o Hamas rejeitaram a resolução aprovada pela ONU para estabelecer um cessar-fogo .

Para Israel a ação está sendo bem sucedida pois vários líderes do Hamas foram mortos , centenas de militantes viraram prisioneiros , e a infraestrutura de poder do grupo foi reduzida a ruínas , assim como sua capacidade de governar . O confronto pode entrar na terceira fase para garantir a eliminação do arsenal do Hamas e a possível captura de seus líderes .( F s P , 10.01.2009, p. A-8) .



10 de janeiro



Em 10 de janeiro , a aviação israelense lançou panfletos advertindo os moradores de Gaza , que ampliará sua ofensiva contra o Hamas . Israel insiste em que não aceitará um cessar-fogo antes de garantir dois objetivos : acabar com o disparo de foguetes contra o seu território e impedir que o gruypo se rearme através da fronteira com o Egito . Por sua vez o líder do Hamas no exílio, Khaled Meshaal, disse que “ Israel tem que sair primeiro , a agressão tem que parar , as passagens tem que ser abertas . Depois podemos discutir a questão de uma ‘calma’” ( F s P , 11.01.2009 , p. A-13) .

Hamas e Fatah – Para Rafiq Husseini , chefe de gabinete do presidente Abbas , “ o problema é que todas as decisões estratégicas de Israel fortalecem o Hamas , incluindo a invasão de Gaza “ . Segundo ele , Israel sabota as tentativas da ANP de oferecer um modelo político promissor aos palestinos , pois não oferece recompensas pelo processo de paz. Expande os assentamento judaicos , toma 12% do território com a construção do muro e torna a vida na Cisjordânia um sofrimento permanente , com 640 barreiras militares ,Porém, “o Hamas é estúpido . É um partido religioso , seus líderes acreditam que irão para o paraíso se morrerem . São irresponsáveis e nós dizemos isso claramente a eles . Civis estão sendo mortos por causa de suas decisões “ . ( F s P , 11.01.2009 , p. A-18) .

Posição do Egito – Segundo Bashir Bashir , da Universidade Hebraica de Jerusalém , o Egito, embota mantenha relações normais com Israel há três décadas e seja um aliado dos EUA, nunca antes havia endossado tão claramente uma guerra contra árabes . Historicamente , a maior potência política árabe e berço do pan-arabismo, o Cairo manteve fechada a fronteira com Gaza, impedindo que palestinos pudessem fugir dos ataques e barrando a entrada de suprimentos no território ,

O interesse do Cairo em enfraquecer o Hamas vem da ojeriza da ditadura egípcia a movimentos religiosos . O ataque seria uma forma de enfraquecer o Hamas e por tabela desmoralizar a Irmandade Muçulmana , entidade oposicionista egípcia que inspirou o surgimento do grupo palestino .

O Cairo também quer um Hamas fraco por considerá-lo um instrumento do Irã, rival persa do Cairona disputa por influência regional . A Arábia Saudita , também acabou sendo vista como cúmplice os ataques em Gaza , por nem sequer fazer gestões diplomáticas pelo o fim dos ataques. ( F s P , 11.01.2009 , p. A-18) .

Irã – Israel pediu em 2008 para os EUA , bombas especiais para destruir bunkers, equipamentos de reabastecimento que dessem autonomia de vôo até o Irã e o direito de sobrevoar o Iraque . Bush negou os pedidos , mas deu a Israel um sistema de radares de alto alcance , chamado X-Band, capaz de detectar qualquer lançamento de míssil iraniano e disse a Israel que havia autorizado novas operações secretas para sabotar os esforços iranianos em desenvolver armas nucleares, segundo apurou o “New York Times “ . ( F s P , 11.01.2009 , p. A-15) .

Para o historiador israelense Benny Morris , da Universidade BenGurion , em Beersheba, o ataque ao Hamas pode ser visto como uma espécie de “guerra por procuração” , entre Israel e os aiatolás de Teerã . ( Veja, 14.01.2009, p. 52) .

ONU – A alta comissária de Direitos Humanos , da ONU , Navanethen Pillay disse que há indícios de que Israel cometeu crimes de guerra na ofensiva contra Gaza . Israel teria bombardeado uma casa e deixado 30 mortos , 24 horas depois de orientar palestinos a buscarem abrigo naquele local . Para ela, “ os soldados tem a obrigação de proteger os civis , não de matá-los indiscriminadamente . Neste caso em particular, ainda havia crianças “( F s P , 11.01.2009 , p. A-19) .



11 de janeiro



O premiê de Israel , Ehud Olmert , declarou em 11 de janeiro que a ofensiva contra o Hamas está perto de atingir os seus objetivos , mas não deu sinais de que esteja no fim . Ao mesmo tempo o Exército enviou o primeiro contingente de reservistas à faixa de Gaza desde o início da ação , em mais um indício de que a “terceira fase” que ampliará a incursão terrestre , pode ser iminente .

Segundo fontes palestinas o número de mortos em Gaza já chega a 890 . Israel apertou o cerco á cidade de Gaza , avançando nas margens da principal concentração urbana do território , com apoio de maciços bombardeios aéreos e navais .

Segundo o chefe de inteligência das Forças Armadas israelenses , Amos Yadlin, “ a liderança do Hamas em Damasco está isolada . Sua liderança em Gaza está paralisada . E o braço militar está evasivo” .

Já o jornal “Haaretz” , o mais respeitado em Israel em editorial afirma “ Duas semanas depois do início da guerra em Gaza , só há vagos relatos sobre sucessos de Israel em danificar a infraestrutura do Hamas. Por outro lado , acumulam-se as estatísticas sobre os danos causados aos civis” . ( F S P , 12.01.2009 , p. A-7) .

A luta urbana contra o Hamas torna-se extremamente difícil pois o grupo está instalando seus postos de comando , suas casamatas , seus arsenais , nos porões de edifícios residenciais , hospitais , escolas , mesquitas . A sala de guerra da liderança do movimento fica em uma casamata sob o maior hospital de Gaza, segundo o serviço de inteligência de Israel . Os militantes do Hamas estão combatendo em trajes civis; até mesmo os policiais foram instruídos a deixar de lado seus uniformes . Os militantes emergem dos túneis e disparam armas automáticas ou mísseis antitanques e depois voltam a procurar proteção sob a terra . Porém os soldados israelenses estão equipados com coletes blindados e capacetes de material cerâmico e contam com uma bomba inteligente de pequeno diâmetro, a GBU-39 que é dotada de uma pequena carga explosiva para minimizar os danos colaterais em áreas urbanas , mas é capaz de penetrar o solo e atingir casamatas e túneis . ( F S P , 12.01.2009, p. A-7) .



12 de janeiro



Em 12 de janeiro as forças israelenses continuavam avançando lentamente em direção ao núcleo urbano da cidade de Gaza . Segundo os jornais , o primeiro ministro Ehud Olmert e a ministra das Relações Exteriores Tzipi Livni acham que é hora de parar os ataques e colher os frutos estratégicos e políticos e o ministro da Defesa Ehud Barak prefere continuar , tendo reiterado que a guerra só terminará quando o Hamas parara de disparar foguetes , mais 20 foram disparados no dia , e os túneis na fronteira com o Egito que servem para o contrabando, forem destruídos .

Um dos principais líderes do Hamas , Ismail Haniyeh afirmou “ Gaza não irá sucumbir , nossa vitória sobre os sionistas está próxima . Nosso destino está nas mãos de Deus , que poder os filhos de Sion podem ter contra Ele ? Deus lançará sua vingança. “ Como os líderes do Hamas estão escondidos em bunkers ou túneis , o processo de tomada de decisões do grupo tornou-se um mistério . ( F S P< 13.01.2009, p. A-9).



13 de janeiro



Com a expectativa de um cessar-fogo próximo , o gabinete israelense decidiu congelar o plano de abrir uma nova fase da ofensiva contra o Hamas . Emissários do Hamas estão no Cairo , onde negociam com o governo egípcio os termos de um acordo para por fim à violência .

Porém os ataques aéreos continuam a ser feitos . Segundo um morador , a destruição em Gaza é tamanha que os fundamentalistas começam a temer a reação da população . Embora mantenha militantes armados em trajes civis nas ruas a fim de sufocar qualquer oposição , o grupo começa a ser responsabilizado pela devastação . ( F S P , 14.01.2009 , p. A-10) .

Após 18 dias de ofensiva israelense , mais da metade dos mortos na faixa de Gaza é de mulheres , crianças e idosos . Segundo balanço divulgado pelo chefe dos serviços de emergência em Gaza , Muawiya Hassanein , o número de mortos chega ao menos a 935 , com 280 crianças , 92 idosos e 97 mulheres , totalizando 469, ou 50,16% do total . Há também 4.200 feridos . ( F S P , 14.01.2009 , p. A-11) .

A cidade de Sderot comemora a redução dos foguetes. Em 13 de janeiro eles chegaram a 17, redução significativa em comparação com os mais de 60 lançados no primeiro dia da ofensiva em 27 de dezembro . Na guerra do Líbano, o grupo xiíta Hizbollah lançou uma média de 200 mísseis contra Israel , até o último dia dos combates .

Mesmo com a redução , segue um projeto iniciado há três meses, que prevê a construção de 4.000 novos bunkers na cidade , atendendo ao pedido de moradores que dependem de abrigos públicos longe de suas casas . ( F S P , 14.01.2009 , p. A-12) .



14 de janeiro



Em 14 de janeiro Israel continuou em compasso de espera para uma ação terrestre mais profunda , mas os ataques continuaram intensos em torno dos principais centros urbanos de Gaza .

Fontes médicas palestinas informaram que o total de mortos chegou a 1024 , sendo 40% civis e um terço de crianças . O Exército israelense contabiliza 930 mortos , mas afirma que 75% deles são militantes do Hamas . Treze israelenses foram mortos , sendo três civis atingidos por foguetes .

O presidente internacional da Cruz Vermelha , Jakob Kellenberger , visitou no dia os dois lados do conflito e afirmou que “ a situação humanitária é dramática . Há um número crescente de mulheres e crianças feridos “ , mas disse que “ em geral os médicos não reclamaram da falta de equipamentos e de material” .

Pela segunda vez desde o início da ofensiva em Gaza , mísseis foram disparados do Líbano contra o norte de Israel , revivendo o temor de uma segunda frente de guerra. ( F S P , 15.01.2009, p. A-12) .

O líder da Al Qaeda, Osama bin Laden , divulgou em sites islâmicos uma gravação de 22 minutos em que chama os muçulmanos à “jihad” ( guerra santa) , contra a ofensiva israelense em Gaza . ( F S P , 15.01.2009, p. A-13) .



15 de janeiro



O dia foi o mais intenso em três semanas de ofensiva e o Exército de Israel voltou a ser alvo de críticas ao atingir a sede da UNRWA , agência de ajuda aos palestinos da ONU, com tiros de artilharia . Um grande incêndio tomou conta do prédio, destruindo dezenas de toneladas de alimentos e três pessoas ficaram férias .

Segundo o Exército, mais de 70 “alvos terroristas” foram atingidos por fogo de artilharia , bombardeios aéreos e navais , incluindo uma mesquita na região de Rafah , que estaria sendo usada para o disparo de foguetes .

Um dos ataques matou o ministro do Interior , Said Siam ,considerado o número três do Hamas na faixa de Gaza , e o mais alto dirigente do Hamas executado . Siam já havia escapado de pelo menos quatro tentativas de assassinato do Exército de Israel .

Os comandantes do Exército israelense tem dado sinais de que já alcançaram tudo o que podiam em Gaza sem ampliar significativamente a invasão , ou mesmo reocupar o coração de Gaza, onde acreditam estarem escondidos os principais líderes do Hamas . Isso implicaria em um custoso e imprevisível prolongamento da guerra o que não é conveniente às vésperas da eleição em Israel . Outro fator para apressar o fim da ofensiva é a posse do novo presidente americano Barak Obama que ocorrerá em 20 de janeiro , sendo conveniente que os canhões estejam silenciados até o juramento de Obama . ( F S P , 16.01.2009 p. A-10) .



16 de janeiro



Os governos israelense e americano assinaram um acordo bilateral que estabelece cooperação contra o rearmamento do Hamas, caso Israel aceite um cessar-fogo na faixa de Gaza .O acordo foi firmado no último dia útil da Presidência de George Bush .

O texto , firmado em Washington pela chanceler israelense , Tzipi Livni , e pela secretária de Estado americana , Condoleeza Rice , garante o apoio dos EUA , para criar um sistema de controle das fronteiras terrestres e marítimas de Gaza e destruir os túneis usados pelo Hamas para infiltrar armas no território - entre as quais alguns dos foguetes disparados contra Israel . O acordo pede a participação da Otan para reprimir o contrabando de armas por mar e coloca o patrulhamento da fronteira Gaza-Egito como indispensável, mas não é claro sobre a composição da futura missão de monitoramento . No memorando, Israel e EUA acusam o Irã de ser o principal fornecedor de armas ao Hamas , o que foi negado pelo presidente iraniano Mahmoud Ah,adinejad “[Só] fornecemos à resistência palestina apoio humanitário , político e espiritual .

O gabinete do primeiro ministro Ehud Olmert deve se reunir e aprovar um cessar-fogo unilateral . Israel manteria soldados em Gaza até que tenha garantias de que a reabertura da fronteira entre o território palestino e o Egito não leve ao rearmamento do Hamas .

Comparada com a guerra contra o Hizbollah no Líbano em 2006 o número de mortos já é maior . A investida israelense contra o Hizzbollah , entre 12 de julho e 14 de agosto de 2006 , deixou 1.109 libaneses mortos , segundo o Human Rights Watch e 4.399 feridos e Israel teve 120 militares e 43 civis mortos .

Em 22 dias de ataque contra Gaza , ao menos 1.157 palestinos foram mortos , de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza e 5.100 foram feridos e do lado israelense forma mortos apenas 10 soldados e 3 civis . ( F s P , 17.01.2009, p. A-8) .

Em 16 de janeiro , prenunciando o cessar-fogo unilateral, os tanques israelenses , que chegaram a ocupar ruas a menos de um quilômetro do centro da Cidade de Gaza , recuaram , voltando a se posicionar nos arredores da cidade . Com isso o dia na cidade foi o mais calmo dos 21 da ofensiva . Para o fotógrafo Hamza El Attar , “toda vez que Israel matou um de seus líderes , o Hamas saiu mais forte” . Já para o bancário , Haithan abu Shazan , “Mesmo se sobrar um militante do Hamas em pé , ele vai declarar vitória . A questão é se as pessoas de Gaza , diante de tanta destruição , vão considerá-lo vitorioso . Eu acho difícil “ .( F s P , 17.01.2009 , p. A-9) .



17 de janeiro



Em 17 de janeiro Israel anunciou um cessar-fogo unilateral após 22 dias de ofensiva , mas decidiu manter suas tropas na faixa de Gaza por tempo indeterminado , sob a ameaça de retomar os ataques caso volte a ser atingida por foguetes.

O cessar fogo foi rejeitado por representantes do Hamas , que prometeram continuar lutando até que os israelenses saiam de Gaza e sejam abertas as passagens da fronteira . Apesar de unilateral a decisão é cercada de garantias multilaterais como o acordo com os EUA .

Segundo o premiê israelense Ehud Olmert “ se o Hamas para completamente de disparar foguetes contra Israel , Israel irá considerar a retirada da Faixa de Gaza . Se isso não ocorrer , o Exército continuará a agir para proteger seus cidadãos “ .

Tanto Olmet como o ministro da Defesa , Ehud Barak disseram que os objetivos da ofensiva foram plenamente atingidos “ Posso dizer de forma absoluta : alcançamos os objetivos “ . ( F S P , 18.01.2009, p.A-19) .

Antes de iniciar o cessar fogo um bombardeio israelense atingiu uma escola administrada pela ONU , na cidade de Beit Lahiya , ao norte na Faixa de Gaza, que abrigava 1.600 pessoas , matando dois irmãos palestinos e ferindo outras 14 pessoas .

O Exército israelense informou que 50 alvos foram atingidos , incluindo 16 túneis, três bunkers e duas mesquitas de onde teriam partido tiros . ( F S P , 18.01.2009, p.A-20)

As pesquisas de opinião em Israel mostram que 90% da população israelense aprovam a ofensiva num dos poucos casos de apoio tão maciço , e isso se deve aos anos de ataques de foguetes feitos pelo Hamas contra as cidades da fronteira .



18 de janeiro



Em 18 de janeiro , reunidos em Damasco , líderes do Hamas e de outros grupos extremistas anunciaram um cessar-fogo condicional de uma semana , prazo dado a Israel para retirar-se totalmente da Faixa de Gaza. Com isso Israel iniciou uma retirada parcial de suas tropas do território palestino .

Praticamente todos os prédios do governo controlado pelo Hamas estão em ruínas , e a infraestrutura foi seriamente afetada .

Para o cientista político Avraham Sela, da Universidade de Jerusalém , “basta que eles não levantem a bandeira branca para poder cantar vitória . De qualquer maneira eles já ganharam , pois o mundo entende hoje que o Hamas é o úúnico endereço em Gaza . Se até essa ofensiva tanto Israel como europeus e americanos , se recusavam a reconhecê-lo, agora ficou claro que o Hamas passará por uma fase de legitimação” . Para ele ainda “ O Egito é um dos vencedores desta guerra , pois conseguiu voltar ao centro da arena política “ .

Diferentemente do consenso quase unânime em prol da ofensiva , uma pesquisa divulgada mostrou que a opinião pública está dividida , com 41% dos israelenses a favor do cessar-fogo e 41% contra ( F S P , 19.01.2009 , p. A-13) .



19 de janeiro



Terminados os combates, é possível dimensionar o tamanho da destruição . Todos os prédios ligados ao governo , incluindo o Parlamento , foram destruídos , junto com cerca de 4.100 casas em todas as regiões de Gaza. Segundo a ONU, mais de 50 mil pessoas estão desabrigadas , e mais de 400 mil não tem acesso a água corrente .

O total de mortos é estimado em 1.314 por israelenses e palestinos , mas há uma enorme diferença no número de baixas civis . Enquanto o Exército israelense afirma ter matado 580 militantes do Hamas , o grupo afirma ter sofrido apenas 48 baixas . Do lado israelense foram 13 mortos , sendo 10 soldados . De qualquer maneira , o baixo número de mortos de soldados israelense desmente categoricamente a ameaça do Hamas de que centenas de soldados israelenses seriam mortos caso invadissem Gaza . ( F S P , 20.01.2009 , p. A-16) .



20 de janeiro



O secretário-geral da ONU , Ban Ki-moon , em visita a Gaza sobre o bombardeio dos prédios locais da ONU afirmou “ Deve haver uma investigação exaustiva , uma explicação completa que garanta que isso nunca mais voltará a acontecer . Os responsáveis devem prestar contas diante das instâncias judiciais “.

O Hamas voltou a se declarar vencedor da batalha com Israel que completou a retirada de seus soldados de Gaza , mas bombardeou , apesar da trégua , uma base de lançamento de mísseis do Hamas

Os moradores de Gaza estão atordoados com uma pergunta : por que Israel bombardeou e atacou instituições civis? Entre estes alvos estão o Ministério da Justiça , o Parlamento , a delegacia central de polícia , o quartel do corpo de bombeiros , a Universidade Islâmica de Gaza . Israel argumenta que estas instituições levantam fundos e fornecem funcionários ao Hamas e por isso se tornam alvos legítimos . ( F s P , 21.01.2009, p. A-10).



21 de janeiro



Tendo completado sua retirada de Gaza , o presidente da Comissão de Defesa do Parlamento , Tzachi Haneghi afirmou :” A equação é simples. Se os foguetes recomeçarem , responderemos com tanta força que eles terão saudade do dia em que a aviação começou a atacar . “

O Exército israelense , em nota sobre as acusações de uso de munição ilegal afirmou em nota “ Em resposta às queixas de organizações não governamentais e da imprensa estrangeira sobre o uso de fósforo branco e com o objetivo de remover qualquer ambigüidade , uma equipe de investigação foi estabelecida para examinar o assunto “ . No direito internacional , as bombas de fósforo branco são consideradas ilegais quando usadas como “armas incendiárias” contra áreas civis . A Convenção sobre Certas Armas Convencionais ( 1980) , da qual Israel faz parte “proíbe em todas as circunstâncias fazer da população civil objeto de ataques de armas incendiárias “;

Disposto s mostrar que mantém o controle de Gaza , o Hamas retomou a perseguição a “colaboradores” de Israel . Segundo Ehab al Ghsain , do Ministério do Interior do Hamas “ O serviço de segurança foi instruído a localizar colaboradores e atingi-los com força . “ Membros do Fatah , disseram ser os alvos . ( F S P , 22.01.2009, p. A-14)



22 de janeiro



Com a retirada israelense de Gaza , tem início o esforço internacional para reconstruir o território e a questão urgente que se coloca é evitar que o Hamas fique com o crédito da reconstrução , como fez o Hizbollah no sul do Líbano após a guerra de 2006 .

O Egito, a Arábia Saudita e até mesmo alguns setores em Israel são favoráveis a um governo de união nacional que possibilite que a ANP seja vista como encarregada , pelo menos teoricamente , da reconstrução de Gaza .

Quatro dias depois do fim dos bombardeios , os contrabandistas voltaram a operar túneis na fronteira entre Gaza e o Egito , para burlar o bloqueio israelense . Abu Rahman, “gerente de túnel” afirma “Eu diria que apenas 1 a cada 10 túneis está intacto”. Ele e seus colegas estimam que havia cerca de mil passagens subterrâneas clandestinas antes da ofensiva , a maioria cavada após o bloqueio isolando a faixa de Gaza em junho de 2007 . Rahman comandava dez pessoas que com pás, trabalhavam para que o seu túnel , danificado por Israel , volte a funcionar nos próximos dias .

Fontes médicas de Gaza atualizaram o saldo de vítimas da guerra : 1330 mortos ( sendo 437 menores de 16 anos, 110 mulheres adultas e 123 idosos ) e 5.450 feridos .

O Hamas anunciou que repassará até 4.000 euros a famílias com residências atingidas por Israel . Segundo seu porta-voz , o grupo tem um orçamento de 28,6 milhões de euros para tal finalidade . ( F s P , 23.01.2009, p. A-12) .

A B Yehoshua, 72 anos , um dos maiores escritores de Israel e veterano ativista em prol da paz e contra a ocupação dos territórios palestinos entende que a ofensiva em Gaza era necessária para manter vivo o processo de paz . Para ele, o apoio de 90% da população israelense à guerra em Gaza não é um sintoma de cegueira coletiva , mas uma reação ao disparo incessante de foguetes pelos extremistas palestinos . Além de imoral, trata-se de uma ação estúpida , pois não obtém nada . O apoio à ofensiva não significa oposição á paz , pelo contrário . Luto há 42 anos contra a ocupação . para que haja respaldo público à retirada da Cisjordânia , é preciso haver calma em Gaza “ .

Já para Gideon Levy, 53 anos, colunista do diário “Haaretz” o governo israelense já preparava a opinião pública para essa guerra há muito tempo . “A indiferença e a cegueira não começaram hoje . É um processo de muitos anos e que chegou ao auge nesta guerra . Para ele, a ocupação dos territórios palestinos em 1967 , deu início a uma “desumanização sistemática” dos palestinos que justifica ações militares e baixas civis. “Israel é hoje mais nacionalista e direitista do que nunca . E o pior é que não há mais debate . Para Levy, o consenso nacional em torno da guerra é resultado de um longo processo de lavagem cerebral . A massa ignorante caiu vítima da propaganda governista e perdeu a “espinha dorsal ética”. ( F s P , 25.01.2009, p. A-26) .

Para muitos palestinos , a destruição e o grande número de mortes entre civis , pôs a opinião pública mundial ao lado dos palestinos e fez com que o Hamas passasse a ser tratado como governante legítimo de Gaza .

Nas ruas de Gaza , as bandeiras verdes do Hamas continuam a tremular no alto de mesquitas , casas e postes , ao lado de milhares de pôesteres de “mártires”, ostentando fuzis ou não . Para Karam Basim Selman, “ quem ganhou a luta foi o povo palestino, de Gaza. Todos qualquer criança, homem , velho gerrilheiro, todos venceram a guerra , até os mortos . Cada um lutou e desempenhou um papel à sua maneira , mesmo que não tenha pegado em armas . Até a mulher que consolou os filhos durante o bombardeio ganhou a guerra . Antes as pessoas tinham pena de Israel . Esta guerra provou que quem precisa de ajuda são os palestinos . Israel quer acabar com a causa palestina , enterrá-la, mas fez a causa viver, deu-lhe saúde “ .

Muitos argumentam que Israel não obteve êxito militar porque matou poucos membros do Hamas , além de não ter destruído muitos dos túneis na fronteira e ter atingido grande número de civis .( F S P , 26.01.2009, p.A-10) .



27 de janeiro.



A explosão de uma bomba na fronteira da faixa de Gaza na passagem fronteiriça de Kissufim atingiu uma patrulha israelense e matou um soldado . Em reação Israel empreendeu seu primeiro ataque aéreo com mortos desde a trégua há 11 dias , matando um palestino e ferindo outro gravemente . Carros de combate israelenses tomaram a periferia de Khan Yunes , centro-sul de Gaza ( F S P , 28.01.2009, p. A-14) .



28 de janeiro



A Autoridade Nacional Palestina , pediu a Luis Moreno-Ocampo, promotor do Tribunal Penal Internacional com sede em Haia , que investigue se Israel cometeu crimes de guerra durante a operação de bombardeio e depois ocupação por terra da faixa de Gaza .

Antes de decidir o promotor terá que decidir se a Autoridade Nacional palestina tem o direito de recorrer à corte pois ela não tem jurisdição reconhecida sobre um território , ou seja, não é propriamente um Estado .

O perito em armamentos e consultor da Anistia Internacional na faixa de Gaza, Chris Cobbsmith afirmou que “há provas cabais de que Israel usou artefatos de fósforo em quantidade significativa em todos os lugares e em áreas residenciais , de alta densidade populacional”, o que é proibido pela legislação internacional .

O premiê israelense Ehud Olmert , recebeu o enviado dos EUA para o Oriente Médio , George Mitchell e apresentou uma nova exigência de Israel para a reabertura das passagens na faixa de Gaza , a libertação do cabo Gilad Shalit, seqüestrado pelo Hamas em junho 2006 . Durante a manhã, Israel voltou a alvejar túneis ligando Gaza ao Egito . ( F s P , 29.01.2009, p. A-10 ) .



29 de janeiro



O primeiro-ministro da Turquia , Recep Tayyp Erdogan em debate sobre Gaza no Fórum Econômico falando alto e em turco criticou o embargo israelense am Gaza “ Nem uma caixa de tomate pode entrar sem autorização de Israel ..o território é uma prisão a céu aberto” . Atacou a destruição provocada por Israel , ao afirmar que “nem US$ 1 bilhão ou US$ 2 bilhões bastarão para a reconstrução . “, em alusão aos US$ 613 milhões que Ban Kimoon mencionara como primeira quantia a ser levantada para o território palestino . Afirmou que sempre dissera que o “ antissemitismo é um crime contra a humanidade , mas a islamofobia também é um crime contra a humanidade .

O juiz espanhol Fernando Andreu abriu inquérito por suposto crime contra a humanidade pelo ex-ministro da Defesa israelense Benjamin Bem-Eliezer, atualmente na pasta da Infra-estrutura , e outras seis autoridades encolvidas em um ataque que matou em 2002 , um líder do Hamas e 14 civis palestinos na Faixa de Gaza . O inquérito é fase inicial do processo na Audiência Nacional , alto tribunal espanhol . ( F S P, 30.01.2009, p. A-12) .



30 de janeiro



Treze dias após a trégua com Israel , o Hamas promoveu um comício em Gaza , que reuniu mais de 5.000 pessoas e marcou a primeira aparição pública após a ofensiva de Khalil al Hayeh , um dos líderes do grupo que declarou “ Dizemos com orgulho que Gaza venceu a guerra , a resistência venceu a guerra , e o Hamas venceu a guerra “ .

O comício mostrou que o Hamas mantém-se no poder e no controle da faixa de Gaza, com as mesmas armas usadas antes da ofensiva militar : discurso religioso e anti-israelense , opressão violenta a opiniões divergentes e assistencialismo . ( ( F S P , 31.01.2009, p. A-13) .



1 de fevereiro





Khaled Meshaal , líder do Hamas , que vive exilado na Sírua , em visita ao Irã ,afirmou “ A República Islâmica do Irã tem uma grande participação em nossa vitória na Faixa de Gaza . A resistência islâmica deve estar preparada para qualquer situação possível, incluindo uma nova guerra em Gaza . A guerra psicológica do inimigo ainda continua. Nossa terra está ocupada agora e temos o direito a resistir . Enquanto seguirmos assim , podemos aceitar uma trégua, mas um cessar-fogo permanente , carece de significado” .

Por sua vez o premiê israelense , Ehud Olmert , ameaçou “uma reação desproporcional” em retaliação ao lançamento de foguetes e morteiros a partir da faixa de Gaza contra o sul de Israel . Palestinos da cidade de Rafah, fronteiriça com o Egito, começaram a receber telefonemas com alertas gravados “ Todos os que estão próximos a quaisquer lugares usados para terrorismo , armazenamento de armas ou túneis devem evacuar a área imediatamente “ . ( F S P , 2.2.2009, p. A-10) .



6 de fevereiro



A UNRWA , agência humanitária da ONU para os refugiados palestinos suspendeu suas operações na Faixa de Gaza após ter ocorrido o confisco de 10 caminhões que entraram em Gaza pela passagem de Kerem Shalon , pelo Hamas , contendo 100 toneladas de farinha e 200 de arroz . ( F S P , 7.2.2009, p. A-14) .



18 de fevereiro



Israel anunciou que só reabrirá as fronteiras da faixa de Gaza depois que o Hamas libertar o cabo Gilad Shalit . Por sua vez o Hamas condiciona a entrega de Shalit , à libertação de 1.400 palestinos em prisões israelenses, incluindo parlamentares do grupo eleitos em 2006 . ( F S P , 19.02.2009, p. A-19) ,

A decisão contraria o rumo do plano egípcio de cessar-fogo que previa o levante do bloqueio , desde que o Hamas concordasse com a volta da ANP aos postos de fronteira e acabasse com os disparos de foguetes contra o território israelense . ( F s P , 19.02.2009, p. A-19) .



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