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Artigos-->DESCASO ADMINISTRATIVO DE FORTALEZA E A OMISSÃO DA IMPRENSA -- 01/03/2009 - 11:08 (HENRIQUE CESAR PINHEIRO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O poder inebria, corrompe, não só a quem o detém, mas a quem órbita perto dele.



Maria Luísa Fontenele, na década de 80, logo após a “redemocratização” do país, hoje temos uma ditadura econômica, foi eleita prefeita de Fortaleza pelo PT, que na época se mostrava um partido de vanguarda, defensor dos direitos do cidadão, contra todas as forças do atraso que dominavam o país naquele tempo. Teve de lutar sozinha contra os coronéis que imperavam no Ceará, e até à véspera da eleição era tida com azarão, pois todas as pesquisas davam larga vantagem para Paes de Andrade.



Ganhou Maria Luiza, mas não levou. Não levou, porque naquele tempo não havia ainda a Constituição de 88 e todos os prefeitos dependiam da boa vontade do governo federal ou do governo estadual, dependendo com quem estivesse alinhado. Se com os dois ótimos, se apenas com um menos ruim. Ela não tinha padrinho ou padrinhos.



Fortaleza na ocasião, devido às diversas administrações desastrosas anteriores estava um caos, e com a Maria Luísa a situação piorou. Piorou não por conta dele propriamente dito, mas pela falta de recurso, por depender do governo federal – Sarney – e do governo estadual – Gonzaga Mota – ambos do PMDB. As ruas de Fortaleza eram terríveis. Lixo e buraco por todo lado, e para piorar ainda mais as coisas, vereadores de oposição contratavam caminhões para despejar lixo nas principais ruas da cidade para incriminar a prefeita, e mostrar a incompetência dela.



A imprensa, com ave de rapina, mas sempre do lado dos mais fortes, não poupava a recém eleita Maria Luísa, que logo no início de sua gestão se viu às voltas com outro sério problema. César Neto, prefeito antecessor de Maria Luísa, no dia 31 de dezembro de 1984, em seu último dia de governo, contratou perto de cinqüenta mil funcionários para a prefeitura sem concurso, e a prefeita, sem recursos nem para coleta de lixo, teve, assim que assumiu, de imediato que demitir todos os contratados, ganhando de cara mais uma infinidade de inimigos, que se juntaram aos demais opositores da recém eleita prefeita.



O tempo passou. Hoje, a situação de todos as cidades brasileiras é bem diferente. O Fundo de Participação dos Municípios já destina mensalmente as verbas de cada prefeitura, sem a necessidade de aprovação de presidente ou governador de estado. Os prefeitos não precisam sair de suas cidades em busca de recursos em Brasília ou nas capitais de seus estados, mendigando apoio de deputados e senadores. Precisam sim de outros investimentos, aquelas que dependem das tais emendas do orçamento, mas aí é outra coisa, pois para os serviços essenciais as cidades já tem os recursos necessários, bastando apenas administra-los bem.



Porém, com todos os recursos disponíveis há administrações desastrosas, que em campanha fizeram as mais diversas promessas ao povo. Aqui em Fortaleza, a prefeita Luiziane Lins criou o lema: Fortaleza Bela, balela pura. Fortaleza hoje é uma das cidades mais horrorosas do Brasil, suja, buraco para todo lado. Até na Aldeota, cartão de visita da cidade, a sujeira e os buracos imperam.



Mesmo assim, com todas as mazelas que administração do PT tem proporcionado à cidade, causa-nos desgosto não a falta de compromisso dos políticos com suas cidades, com seus estados, pois em todo o Brasil isso é notório, mas a conivência da imprensa, que não escreve nem diz uma única palavra contra essa administração, deixando, portanto, de fazer seu papel crítico.



No único hospital municipal, os pacientes são jogados no chão dos corredores, entregues à própria sorte, às baratas, aos ratos e à fedentina. Quando Juraci Magalhães e depois Cambraia ampliaram o hospital, foram duramente criticados por opositores, mas se naquele tempo não tivessem feitos tais melhorias, os pacientes do IJF – Instituto Dr. José Frota – estariam sendo atendidos no meio da rua.



Fortaleza não é bela, isso foi somente uma quimera de campanha, pois nossa cidade nada mais é do que uma imensa favela, tirando alguns poucos lugares aprazíveis. É a única cidade do Brasil que conheço que não tem praças. As poucas praças existentes, além de pequenas e feias, são imundas, deterioradas. Talvez, devido aos inúmeros buracos que existem na cidade, a prefeita os confunda com rampas de lixo, aterros sanitários e esteja empenhada em tapa-los com os entulhos jogados na rua pela população, ou quem sabe, ela pense, em transformar os buracos da cidade em trincheiras para uma possível guerra urbana. Pode ser. Aí ela entregaria tudo pronto ao Exército Brasileiro que faria somente a administração e as melhorias que cada buraco precisasse.



Senhores jornalistas, radialistas, reportes, enfim a mídia de uma forma geral deveria ter um pouco mais de respeito pela cidade e pela população e denunciasse o caos em que vivemos nesta cidade hoje horrorosa, mas que foi bela. Como se já não bastasse a insegurança que nos assombra, ainda, mesmo pagando os impostos mais caros do mundo, temos que viver com o lixo da cidade, seus buracos que causam prejuízos não só aos mais aquinhoados, como também aos menos favorecidos, que tem que se deslocar mais cedo de suas casas para o trabalho devido ao tempo gasto no percurso, por conta da buraqueira que impedi os transportes transitarem com mais rapidez e segurança, com as doenças que assolam por aqui, tal como a dengue, a falta de segurança, de escolas adequadas. Portanto, senhores da mídia façam seu trabalho com honestidade, não poupando quem quer que seja de suas críticas, mesmo que isso contrarie interesses comerciais.



HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO

FORTALEZA, 1 DE MARÇO DE 2009.

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