Ainda não descobri várias coisas. E duvido que alguém o tenha feito. Mas uma das coisas que mais me intriga é o fato de querer me meter em mil eventos, mesmo sabendo que, cedo ou tarde, terei de desistir.
Este ano tinha tudo para ser o ano mais ocupado e divertido de todos os anos: duas faculdades perfeitas, trabalho maravilhoso, (quase) independência financeira, enfim, uma vida corrida, mas feliz. Doce ilusão.
Às vezes a gente esquece que nada é tão perfeito assim. Esquece que certas atividades requerem tempo além do esperado e trazem junto alguns probleminhas. Esquece que não é de ferro e uma gripe desarma um corpo já cansado. Esquece que sente saudade, que fica triste, de mau-humor. A gente esquece de tomar café da manhã, de ligar para os amigos, de ouvir Cat Stevens... esquece de cuidar do coração.
Eu esqueci de tudo isso quando tomei certas decisões. E tive que pagar o preço. Meu sonho sempre foi cursar Letras e dar aulas de Inglês. Este se realizou ano passado e continua a realizar-se todos os dias. Aquele não; por culpa deste. Chegou uma hora em que eu tive de escolher um dos sonhos e abrir mão do outro. E eu escolhi o sonho que agora sustenta outros sonhos e outros caprichos.
Deixar a faculdade de Letras de lado fez com que uma porta abrisse para o mundo da Comunicação. E a porta da Comunicação poderá abrir outras portas. E outras portas...
A verdade é que estamos começando março e eu já me sinto em novembro. Já estou ficando cansada e a velha frase ecoa na minha cabeça: preciso de umas férias.
Infelizmente, eu não posso deixar que o mundo desabe. Exatamente por não ter forças para segurá-lo agora. E foi por isso que eu pedi férias para o Edu. Eu pedi férias do melhor "emprego". Mas é por um tempinho, só até eu me organizar.
Isso foi há umas duas semanas, e hoje eu me lembrei de algo interessante: eu devo uma satisfação! É claro que eu devo! Desde que comecei a escrever para o Pátio, recebi alguns e-mails de leitores, que passaram a ser meus leitores! Pessoas que disseram: você ganhou um leitor! E agora eu simplesmente tiro férias e não falo nada para eles? De jeito nenhum...
Então aqui está: uma crónica para os meus leitores! Mais que uma crónica, um pedido de férias. É por pouco tempo, eu prometo. Preciso beber outros vinhos, conhecer outras obras de Monet e Rodin, outros azuis, outras canções. Só assim estarei pronta para não mais precisar de férias.