Uma lágrima me corre pelo rosto
Sentida
Deixo que siga seu rumo
Que delineie olheiras,
Espelho do meu cansaço,
E dilua o vermelho que me cobre os lábios
Torno-me um espectro de mim mesma.
Meu corpo de tanto apanhar fez-se torto
E minha alma exangue,
Após sucessivos cortes.
Para onde foi esse sangue todo?
Pressinto que meu sofrimento é assistido
Por muda platéia extasiada
Que aplaude, continuadamente,
Exigindo mais!
Não posso dar-lhes de pronto este presente
Tenham paciência.
Falta pouco.
07/10/02
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