“Senhor, cegue meus olhos para essas visões e ensurdeça meus ouvidos para os gritos. Pois eu vi legiões de Exércitos de Deus caírem e ouvi choros de morte de dez mil anjos. Guie minha mão, Senhor, o que eu vejo é o fim do Reino do Céu” (Thomas Dagget)
Dirigido por Greg Spence, inspirado na obra de Gregory Widen, escrito por Matthew Greenberg e Greg Spence, Os Anjos Rebeldes 2 realmente surpreende e supera, em certos aspectos, o primeiro filme (Os Anjos Rebeldes/God’s Army, 1994, em vídeo pela Flashstar). Para entender melhor a trama é necessário assistir ao filme original primeiro. Nesse filme, Lúcifer confronta-se com o anjo Gabriel, que perde a luta. O Senhor do Inferno captura a alma de Gabriel. É assim que se inicia Os Anjos Rebeldes 2. O detetive Thomas Dagget (Bruce Abbott), após os episódios do filme anterior, ainda atormentado pelas visões da guerra no céu, torna-se padre. Lúcifer, por motivos não revelados e pessoais, liberta Gabriel (Christopher Walken) na Terra. Tirem suas próprias conclusões: “Está na hora de você ir, Gabriel. Não é a minha guerra e o inferno é pequeno demais para nós dois”. Desse modo, Gabriel parte à procura do detetive. Ao encontrá-lo, não consegue o que procurava e o queima vivo. Enquanto isso, Daniel (Russel Wong) se joga em frente do carro de Vallerie Rosales (Jennifer Beals), que o atropela. O filme começa a andar a partir desse momento. Os anjos acreditam que o Nefilim, um ser nascido do amor entre um humano e um anjo, pode colocar fim à guerra no céu. Se você estiver com uma bíblia por perto, confira no capítulo 6 do Gênesis. Essa é a missão de Daniel. Isso é o que Gabriel tenta evitar, pois ele nada poderia fazer se essa criança nascesse: uma criança com o poder de um anjo e o livre arbítrio de um ser humano. Talvez esse seja o motivo principal que levou Lúcifer a soltá-lo, pois a paz entre os anjos poderia significar uma bela dor de cabeça para o inferno. Gabriel tenta várias vezes matar Vallerie. Todas fracassam. O filme torna-se uma perseguição: Daniel e Vallerie sempre fugindo com Gabriel em seu encalço. O fim da perseguição se dá em “Mach’azareel”, mais conhecido como Éden: um lugar que, pela maldade do próprio Homem, de paraíso tornou-se ruínas. Com a permissão de Michael (Eric Roberts), Gabriel consegue entrar no Éden, onde mata Daniel. A história se conclui (assista para saber o final, merecido e bem sacado) de maneira soberba. Uma cena primorosa é interpretada por Jennifer Beals e Russel Wong, quando este, no papel de Daniel, revela a ela (Vallerie) ser um anjo. De certo modo, melhor que o final do filme. Para quem gosta de ficção com a dose certa de suspense, Os Anjos Rebeldes 2 são um prato cheio. Simplesmente imperdível.
Os Anjos Rebeldes 2 (The Prophecy II, EUA, 1996). Direção de Greg Spence. Roteiro de Matthew Greenberg e Greg Spence. Com Christopher Walken, Russel Wong, Jennifer Beals, Brittany Murphy, Steve Hytner, Bruce Abbott, William Prael, Glenn Danzing e Eric Roberts.
|
