O deputado federal Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB) foi citado num relatório da Polícia Federal, publicado ontem pelo Jornal Nacional da Rede Globo. No documento estão os resultados das investigações sobre a empreiteira Camargo Correia, que supostamente doaria verbas a partidos políticos e parlamentares.
À semelhança de outras investigações da Polícia, como a Sanguessugas, essa é conhecida como Castelo de Areia, pela qual conversas telefônicas entre Fernando Dias Gomes, diretor da Camargo Correia e Luiz Henrique Maia Bezerra, representante da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) que intermediaria as relações entre políticos e a construtora, foram gravadas e transcritas.
Nas provas coligidas pela Polícia, constata-se que representantes da empresa solicitavam recibos das doações feitas aos partidos. Um exemplo disso é o e-mail do diretor da Camargo Corrêa ao representante da Fiesp, em que são cobrados recibos pendentes das seguintes doações: PSDB (comitê financeiro de São José dos Campos - R$ 25 mil), PSDB (R$ 50 mil), PT (diretório regional - R$ 25 mil), PTB (comitê financeiro municipal - R$ 25 mil) e PV (comitê financeiro municipal - R$ 25 mil).
O e-mail ainda diz que há recibos pendentes de doações anteriores. São elas: DEM (R$ 300 mil - Rio Grande do Norte), PSDB (R$ 100 mil - Pará) e PSDB (R$ 100 mil - Pará).
Segundo o Jornal Nacional, um relatório de 2 a 16 de outubro de 2008 cita doações para dois políticos tucanos. Um dos telefonemas gravados se refere a uma doação para o deputado Arnaldo Madeira (SP), no valor de R$ 25 mil. Outro deputado do PSDB, Antonio Carlos Mendes Thame (SP), teria recebido R$ 50 mil. Os dois foram eleitos deputados federais pelo PSDB em 2006, dois anos antes das gravações. Em entrevista à TV os deputados negaram ter recebido doações da Camargo Corrêa.