Vem, vem me dar a mão.
Sinto-me tão cansada.
Como viver tamanha frustração?
É algo que não muda,
que sempre se repete,
mesmo assim não me acostumo.
É doloroso demais.
Contrariando teus padrões,
não abstraio qualquer força
dessa energia negativa
que absorvo qual esponja
e que só me enfraquece.
Leva-me à autodestruição.
Não canso de indagar
porque a mim escolheste
como vítima de tua paixão.
Será que não te comoves,
em algum momento,
frente ao meu desespero?
Estarei pecando contra a natureza
por te desejar, assim,
tão anti-natural?
Não vês que ao me ferroar
só fazes aumentar minha angústia,
(que não é pouca)
e me conduzes ao caminho sem volta?
Por que insistes em me atormentar?
Sai da minha vida de uma vez por todas.
Vai embora!
Deixa-me sofrer em paz
e encontrar meu caminho.
Sei que apartada de ti,
por mais que doa,
que quebre e lamente,
conseguirei erguer a cabeça.
Me farei respeitar como gente
e aprenderei a me amar.
09/10/02
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