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Poesias-->As torres de Marfin -- 10/10/2002 - 14:13 (Leandro Antonio de Almeida) |
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Estava andando com uma amiga
Que estava me recitando uma poesia
Nesse meio percebi algo muito estranho
Que várias torres à nossa volta havia
Eram torres brancas, bem ornadas
Erguendo-se até o céu, sem fim
Todas brancas por fora, fortificadas
Várias torres de marfim
Algumas muito perto do bosque
E também outras muito distantes
E surgiam cada vez mais
Muitas em poucos instantes
Olhei para tudo, admirado
Aquilo causou-me profundo espanto
Perguntei para minha querida amiga
Se aquilo era obra de algum encanto
Então ela carinhosamente me respondeu
Que de fato o contrário ocorria
Que o surgimento daquelas torres
Por um desencanto acontecia
As pessoas se isolavam
Se distanciavam de todo o mundo
Com medo de que as outras
Lhes fizessem um mal profundo
E isso se dava bem devagar
Para protegerem dos horrores
Fortificavam-se ao máximo
Construindo imensas torres
Entravam
E não saiam
Para todo o sempre
Lá dentro viviam
E não percebiam
Entretanto havia algumas pontes
(sim, eu as podia ver)
Eram de madeira, muito fracas
Para uma comunicação entre elas haver
Essas fracas pontes
Só à noite eram colocadas
Mas quando para um amanhecia
Logo elas eram retiradas
Olhando tudo aquilo é que percebi
Foi então que me assustei
Assim virei-me para ela
E rapidamente lhe perguntei
Não será tudo isso uma visão
Que vemos através do espelho?
Não será o bosque uma ilusão?
E falo com você por um aparelho?
Será que conosco é da mesma maneira?
Será que conosco acontece assim?
Entre nós há uma ponte de madeira
Estando cada um em uma torre de marfim? |
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