Reflexões Destorcidas
Aquele copo tinha vindo de uma determinada cozinha.
Como será que esta cozinha está? Limpa? Organizada? É realmente uma cozinha?
Não sei, não sei.
O copo chegou à mesa, junto com outros copos. A princípio, vazios, mas com o passar dos segundos, eles estavam repletos de um líquido de cor amarelada, com uma espuma branca. O líquido gelado fazia o copo suar. Esse suor molhava minha mão que, vez ou outra, levava o copo até meus lábios.
Os lábios sedentos, ávidos por este sabor, um tanto quanto amargo, um tanto quanto prazeroso.
Qual a procedência deste líquido que entorpece e deixa as pessoas em estado alterado de consciência?
Como um simples produto fermentado pode causar tais efeitos no cérebro humano?
Não sei, a única coisa que tenho certeza é que esse sabor me atrai, me induz a um estágio diferente de consciência.
Sinto-me leve, com as bochechas rosadas. Um momento de prazer, de êxtase, de nostalgia.
Tudo isso por causa de um líquido que tem o poder de me entorpecer, embora levemente.
O bar vai ficando vazio, o som das caixas acústicas se sobressaem ao som do murmurar das pessoas. Ouço com mais atenção meu sentimento, minha voz interior...o que penso? O que eu sei da minha vida? Não sei, não sei.
As pessoas querem ir embora, eu não quero parar de escrever...minha mente fervilha...preciso ir...tenho que ir...
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