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Cartas-->Sobra no PT -- 19/08/2002 - 03:59 (Rubens Lisboa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
UMA SOBRA NO PT
Lourdes Thomaz (*)

Em ano de eleição, seria muito difícil que a morte de um prefeito em exercício, de uma cidade da importância de Santo André, não viesse a se tornar retórica de palanque para qualquer partido, quanto mais do PT que tem uma habilidade extraordinária nessa linha.

No dia do enterro do prefeito Celso Daniel, com cobertura por praticamente todas as redes de televisão, poderia já se fazer contas, vez que política é matemática. Pelo menos no Estado de São Paulo, aquele episódio certamente renderia alguns parlamentares a mais no Palácio 9 de Julho, eleitos justamente pelo partido em epígrafe, além de alguns outros, também devidamente pendurados na oposição e consequentemente herdeiros políticos do trágico acontecimento. Sem falar nos dividendos que poderiam render no resto do País e também na corrida presidencial.

Acontece que com o desenrolar das investigações, algumas informações ainda não confirmadas, mas bastante evidentes, começam a fazer água nas pretensões políticas do PT em cima do fato. Acredito mesmo que quando essas investigações terminarem, Celso Daniel será o mártir que o PT jamais gostaria de ter tido.

Diante das constatações que a polícia vem fazendo no caso, o assassinato do prefeito tem muito mais a ver com dinheiro público do que com crime político e isso não é bom para um partido que cobra insistentemente postura ilibada de governantes de outros partidos. É o caso do eterno olhar para as farpas do olho alheio e não se dar conta da trave do seu próprio.

Fatos relevantes como uma triangulação entre um empresário de nome Ronan, Sérgio Gomes, empresário e ex-segurança e o prefeito Celso Daniel, começa a fazer cócegas na mão da polícia e certamente do Ministério Público paulista, que já vem investigando possíveis irregularidades em contratações feitas pela Prefeitura de Santo André, justamente com a empresa de Ronan. Com o Ministério Público de Santo André já existem provas de que Sérgio, até agora participante do inquérito como testemunha e figurante no caso como amigo pessoal de Daniel, recebia valores consideráveis na ordem de R$ 200 mil a R$ 300 mil reais da empresa de Ronan, a título de "consultoria". Já os contratos da Rotedalli (empresa de Ronan) com a prefeitura não eram nada modestos, tendo apenas um dos contratos que estão sob investigação o valor de R$ 6,31 milhões.

Sergio Gomes, também conhecido como "Sombra", teve uma ascensão meteórica. De 99 para cá, triplicou o seu patrimônio declarado sem muitas explicações para tal. Sérgio ficou conhecido pelo apelido de "sombra", quando Celso Daniel esteve como deputado federal em 98 e nomeou o amigo como seu chefe de gabinete.

As coincidências desfavoráveis para o PT é que justamente a Rotedalli mantém contratos com outra prefeitura petista, a de Recife. E também lá o Ministério Público investiga irregularidades nesses contratos.

Cobrado que foi, de forma veemente, sobre a violência em São Paulo e principalmente nesse caso, o governador Geraldo Alckmin, colocou tudo o que ele tinha de melhor da sua polícia para apurar o caso. E para espanto geral, no momento em que a polícia chega no apartamento da vítima para averiguação, o advogado designado pelo Partido dos Trabalhadores para acompanhar o caso, quer embargar a vistoria. Dá para entender?

Afinal, do que o PT tem medo? Certamente da população descobrir que os políticos do partido que chegam ao poder, agem exatamente igual àqueles que os militantes do partido tanto criticam.

Evidente que a morte do prefeito não deixa ninguém feliz, nem mesmo a oposição ao PT. Mas o uso político que o Partido dos Trabalhadores gostaria de fazer em cima do ocorrido, deverá deixar de existir em um prazo bem curto. Prazo tão curto quanto a polícia de São Paulo necessitará para elucidar o caso e informar à população que o crime tem raízes bem mais profundas do que se imagina.

E essas raízes certamente provocarão uma sangria dolorida ao Partido dos Trabalhadores.

(*) Jornalista e professora
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