Mais uma vez, emocionante e... Merecido!
Carlos Claudinei Talli
Eu não imaginava que uma partida disputada entre duas grandes equipes do futebol inglês atual, o melhor torneio interclubes do mundo sem dúvida alguma, pudesse ser chata, enfadonha e desinteressante. Pois bem, esse Arsenal 1 x 3 Manchester United, o jogo de volta das semifinais da Champions League, teve todos esses ingredientes negativos.
A partida só existiu nos primeiros 10’. Aos 8’, uma falha infeliz do garoto Gibbs, lateral esquerdo do Arsenal, que só estava em campo porque o titular há algum tempo está contundido, propiciou o 1º gol do Manchester. Dois minutos após, numa outra falha absurda do excelente goleiro Almúnia, o jogo já estava 2 x 0. E o Arsenal precisando ganhar por 2 gols de diferença, pois no campo do adversário tinha perdido por 1 x 0.
Deste momento em diante, o Manchester apenas ficou tocando a bola de pé em pé, e o Arsenal impotente pra qualquer coisa. Só na metade do 2º tempo, num contra-ataque fulminante e belíssimo, a única jogada excepcional deste jogo enfadonho, diga-se de passagem, saiu o 3º do Manchester. Foi o 2º gol do Cristiano Ronaldo, o melhor jogador da partida indiscutivelmente. Parece que ele está voltando à grande forma que lhe deu o título de melhor do mundo no ano passado. E no finalzinho, só pro Arsenal não passar em branco, e porque é também um bom time, o Manchester fez um pênalti que foi aproveitado pelo Van Pearse.
Deste jogo, ficou na minha mente uma lição que poderá, inclusive, ser aproveitada pelo nosso Dunga velho de guerra: o Arsenal, que dos quatro grandes da Inglaterra é o que menos investimentos faz, e por isso tem o plantel mais reduzido, tentou colocar em campo a sua melhor escalação, com Cesc Fabregas, Admayor e Van Pearse, três jogadores que vieram de graves contusões e, por isso mesmo, estão sem qualquer ritmo de jogo. Pois bem, deu no que deu. Essa atitude do Arsene Wenger não lembra a insistência do Dunga com Gilberto Silva, Ronaldinho Gaúcho e Elano, três jogadores que estão na reserva nos seus respectivos clubes há ‘trocentos’ anos?
Já na quarta-feira, no Chelsea 1 x 1 Barcelona, emoção é o que não faltou. E eu confesso, nos últimos dez a quinze anos, nunca vibrei tanto. E olhem que estava saboreando o taipe do jogo. Já sabia o resultado.
Eu tinha assistido ao vivo apenas o 1º tempo, antes da minha sagrada pelada das quartas-feiras, e soubera apenas o placar da partida. E já vibrara bastante. Pois bem, ao chegar à minha casa, quando o Barça, um time com a filosofia de jogo que sempre me agrada, pra frente, empatou a partida, mesmo já sabendo o resultado, vibrei como há muito tempo não acontecia.
Quem é que disse que o futebol-arte, que privilegia o toque de bola e o jogo ofensivo, não dá certo?
O Chelsea, nos dois jogos contra o Barça, apesar de ter um excelente time, sempre apostou na defesa. E até os 48’ minutos do 2º tempo, do segundo jogo, para o desprazer de quem gosta do jogo bem jogado, a tática defensiva dos ingleses estava dando certo. Mas, como os deuses do futebol também gostam de futebol-arte, deu no que deu! Olha só o meu sorriso de orelha a orelha...
Mais uma vez, emocionante e... Merecido!
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