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Poesias-->O diabo e a escola -- 28/08/2002 - 21:09 (Airam Ribeiro) |
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O diabo e a escola
Na história da pedagogia
Uma linda história vou contar,
O título é o diabo e a escola
Que em versos vou rimar.
Conta-se que o diabo
Do inferno se ausentou,
Pra visitar aqui na terra
Os homens de bem e com valor.
Como na terra tem homens felizes
Homens bons e homem de bem,
O diabo resolver mudar
Pois maldade é o que mais ele tem.
E disse consigo mesmo
Modifico isso pra ter graça,
Começo a mudar na raiz
Pois a influencia é o porvir da raça.
Mas mudar a influencia como?
Logo a idéia lhe consola,
E seguindo o que veio na mente
Crio-se logo a escola.
As coisas que as criançadas gostam
O diabo veio contrariar,
Fazendo tudo ao contrário
As coisas que elas foram gostar.
A criança adora a natureza
Dentro da casa vai ficar,
Elas adoram ter brinquedos
A escola obriga a trabalhar.
Em tudo a criança quer saber
Terá-se valor a sua atividade,
O diabo fazendo ao contrário
Dando fim a criatividade.
Se a criança gosta de mexer-se
Gastando a energia de sua idade,
O diabo deixou a criança
Condenado a imobilidade.
Gosta de palpar objetos
Impôs as idéias na memória,
Para pagar caros erros
Tratou de inventar a palmatória.
E o diabo com sua fantasia
Deixou-a no jugo do adulto
Como eram cheias de entusiasmos
Ele achou que era um inculto.
Então veio a regra do milho
Onde a criançada ajoelhava,
Nos erros que cometiam
Na sabatina de tabuada.
Depois os puxões de orelha
Reguadas no braço e tudo mais,
Era a escola feita para punir
E como gostava o satanás!
Aí o diabo ria na calçada
Achando bacana sua invenção,
Uma escola onde o adulto
Fazia a sua punição.
O diabo achava-se vitorioso
Porque a criançada apanhava,
E ele sempre dizendo
Que a escola era quem mandava.
Mas a história vira ao avesso
O diabo calculou muito mal,
Esquecera-se de fechar as escolas
E isso foi o golpe fatal.
As crianças fugiram para o bosque
Achando a porta aberta,
Treparam logo nas árvores
Fazendo uma grande festa.
Fazia careta pro diabo
Foram em busca de aventuras,
Governaram suas vidas
Saindo daquela loucura.
Tornaram-se fortes, práticos:
Engenhosos e perseverantes,
E o diabo deixou de sorrir
A partir daquele instante.
Foi-se embora o diabo
E com ele desapareceu,
A escola imaginada
Que as crianças conheceram.
A moral dessa história
É desafiar os professores,
Para acabar com essas gaiolas e colas
Que trouxeram muitos dissabores.
As palavras de Adouphe Ferriéri
Pedagogo suíço que aprova,
Conclama todos os professores
A edificar uma escola nova.
Escola nova edificada
Para caminhar com o futuro,
Só com a extensão da Uneb
Muitos sairão do escuro.
Li um texto e fiz o cordel para os universitários da Uneb Itanhém Bahia
Airam 1999.
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