500 de Brasil II
Como vamos comemorar
No meio de tanta violência,
É o bandido mandando em tudo
Mostrando sua prepotência,
Alguns policiais e delegados
Trabalhando sem competência
Quando passa um pelo outro
Ainda faz a continência.
É o pequeno agricultor
Sem ter nenhum investimento,
Porque o grande lá no banco
Recebe mais de cem por cento,
Ainda coloca agrotóxico
Pra dar maior rendimento.
Com tanto veneno assim
Confesso que não agüento.
É o pobre sem emprego
Vendo os filhos passarem fome,
O rico ficando mais rico
Fazendo da riqueza seu nome,
O micro empresário quebrado
Por não ter quem lhe abone,
E a injustiça lá em cima
De pouco a pouco me consome.
É a droga em todo canto
E o exército sem fazer nada,
Nem podemos dar palpite
Porque morre o camarada,
E assim nós vamos vivendo
Como quer o Alvorada,
Se tiver coragem escrevo
Não tendo não escrevo nada.
Morre o pobre lá em cima
Com a doença da malária,
Morre o outro cá embaixo
No passeio da Candelária,
Está morrendo todo mundo
Até o índio em Brasília,
Não prenderam os criminosos
Porque tinha nome a família.
Tem um prefeito em São Paulo
Que está querendo pitar,
E um tal Collor de Melo
Que está querendo candidatar,
Do jeito que a coisa vai
Não vale mais o meu protesto
Tem ladrão julgando ladrão
Bem lá dentro do Congresso.
Estão matando camelô
Para não mais perturbar,
Diz que é queima de arquivo
E não vão investigar,
Até o Banco Central
Dá apoio o banco falido,
Com o dinheiro do nosso bolso
Nós estamos é fu lascado.
Tem um tal de Hildebrando
Que foi deputado no congresso,
Mandou matar muita gente
Por ser um homem perverso,
Tirou ele mais ficaram
Muita gente da gandaia,
Esse nosso brasilzinho
Está cheio de maracutaia.
E a vida continua
No congresso e no alvorada,
Eles vivem estudando
Para a próxima paulada,
O meu bolso não agüenta
Tanto imposto roedor,
Do jeito que a coisa vai
Vou ser mendigo sofredor.
Tanta coisa nesse país
Que precisa ser concertado,
Na rodovia transamazônica
Os carros estão atolados,
O salário está muito pouco
Os da favela passam fome,
Mas o que eles estão querendo
É ver as lágrimas de um homem.
Se a voz do povo é a voz de Deus
Discordo e digo não,
Pois colocaram este homem
Pra governar nossa nação,
E o povo gostou tanto
Que até agradeceu,
Colocando ele outra vez
Porque ele se elegeu.
Mas este Brasil tem jeito
Um conselho vou te dar,
Deixe de vender seu voto
Veja em quem você vai votar,
Seja um eleitor consciente
Não cai na conversa fiada,
Se você votar direito
Nossa pátria será arrumada.
Aí então está novamente
Descoberto este Brasil,
O voto é a sua arma
Não precisa usar fuzil,
O voto é seu Tiradentes
Desta terra varonil,
Viva a nova independência
Viva o povo do Brasil.
Airam Ribeiro
Março de 2000
(Para o futuro)
Fernando Henrique Cardoso é
O presidente do Brasil.
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