ALDEIA DOS CAMARÁS
Quando cheguei aqui, ainda era São Lourenço da Mata. Zona oeste do Estado de Pernambuco. O pai de minha mulher me trouxe a uma serra, que hoje sei, tem 135 metros de altitude. Olhei a terrinha, averigüei, fiquei meio cabreiro, mas adquiri-a. Tratava-se de um lugar esquisito, sem luz elétrica, água tratada, telefone e sem transporte. Mas se respirava uma temperatura agradável, pois estive aqui em junho e, mesmo sem as tais benesses infraestruturais de Casa Forte, bairro onde morava, atendi ao Sr. Clovis, um corretor aposentado, mas com um bom faro. Estou aqui faz 33 anos e como munícipe, há 12. A localidade denominada “Oitenta”, por conta de um loteamento homônimo, foi pavimentada com recursos próprios e é, como toda a região, uma área bucólica, relativamente tranqüila e, onde, como esclareço diuturnamente, “só se mata barata e saudade”.
Aldeia é uma região que começa no Curado e termina no município de Paudalho ou Abreu e Lima, para alguns mais rigorosos. O clima no verão é um tanto intenso mas no outono e inverno, agradabilíssimo. São chácaras, pequenas moradias, gente simples e alguns supostos suseranos. Quando estou na capital, Recife, respondo, quando indagado, que moro em Camaragibe... porque criou-se um mito de que, quem mora em “Aldeia” é barão. Cabe um alerta: precisamos preservar esse maravilhoso sítio, pois ele é uma área de preservação ambiental e, como os lugares semelhantes, têm que ser tratados como tal.
WALTER DA SILVA
Camaragibe, 24 de maio de 2009
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